Prefeitura injeta R$ 8,5 milhões na construção de 1.470 apartamentos de cinco residenciais no Bairro Jardim Vitória
Juliana Gontijo - Repórter - 22/10/2010 - 14:09
Os primeiros contratos do programa habitacional federal Minha Casa, Minha Vida voltados para atender famílias de zero a três salários mínimos na capital mineira, que somam R$ 76,7 milhões, foram assinados ontem, no Salão Nobre da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Os empreendimentos para esta categoria, que esbarram no teto estipulado, que é de R$ 46 mil por unidade em Belo Horizonte - considerado baixo pelas construtoras -, foram viabilizados pelo subsídio da administração municipal, que vai investir R$ 8,5 milhões em recursos próprios, conforme o prefeito Marcio Lacerda.
Serão cinco residenciais (Hibisco, Recanto do Beija Flor, Esplendido, Recanto dos Canários e Figueira), construídos no Jardim Vitória, Região Nordeste de Belo Horizonte. Ao todo, o projeto totaliza 1.470 apartamentos.
O Minha Casa, Minha Vida foi anunciado em março de 2009. As operações em todo o país começaram a ser desenvolvidas no dia 13 de abril do ano passado. “É preciso um pouco de paciência, pois tivemos problemas em razão da topografia do município, que encarece as construções, além da influência dos terrenos escassos e caros”, disse o prefeito.
Lacerda detalhou que a PBH vai subsidiar cerca de R$ 5 mil por unidade, além de R$ 1,2 milhão que serão investidos na via de acesso. Lacerda ressaltou que os empreendimentos deste tipo levam de 12 a 24 meses para serem construídos. “Acredito que o mais provável é que as obras sejam finalizadas em 18 meses”, observa.
O diretor comercial da construtora Emccamp Residencial, André de Souza Lima Campos, ressaltou que os valores do Minha Casa, Minha Vida precisam ser revistos. “O Ministério errou feio na definição dos preços. Os empreendimentos só se tornaram viáveis na capital graças ao apoio da prefeitura de Belo Horizonte”, frisa.
Para ele, assim como defende o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), o programa do Governo federal só é viável para a faixa de zero a três salários mínimos com imóveis orçados em R$ 56,1 mil por unidade.
Campos disse que a defasagem dos valores não acontece apenas em Belo Horizonte. “No Rio de Janeiro, cujo valor para a faixa de zero a três salários é de R$ 51 mil, já está começando a ficar inviável, em razão da valorização dos imóveis”, observa. Ele lembra que a data-base utilizada para a definição dos preços dos imóveis é de dezembro de 2008.
Ele salienta que a Emccamp, que está no mercado há 30 anos e vai realizar obras do programa na capital, tem como foco empreendimentos voltados para famílias com renda de até seis salários-mínimos. “Vamos lançar em São Paulo 3 mil unidades que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida. E temos cerca de 8 mil unidades do programa que estão sendo construídas no Rio de Janeiro”, ressalta. De acordo com Campos, os imóveis só estão sendo viabilizados graças aos terrenos que foram adquiridos no passado, com preços mais em conta.
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