terça-feira, 31 de maio de 2011

Ato Político em Defesa dos Direitos e Contra a Violência à Mulher

A APROSMIG (Associação das Prostitutas de Minas Gerais), juntamente com a CUT/MG, GAPA/MG, ALEM, Secretaria Municipal de DST/AIDS, Plano Confiança Saúde, convida todos para o evento DIA INTERNACIONAL DA PROSTITUTA - Ato Político em Defesa dos Direitos e Contra a Violência da Mulher em Serviço, no período de 12:00 às 18:00 hs, que acontecerá no dia 02/06/2011, na Rua Guaicurus, entre Rua São Paulo e Rua Curitiba.

VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

– Serviço alegre aos outros.

– Procurar Jesus por intermédio de Maria. Fé.

– O Magnificat.

A festa de hoje, instituída por Urbano VI em 1389, situa-se entre a Anunciação do Senhor e o nascimento de João Batista, de acordo com o relato evangélico. Comemora-se a visita de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel, já avançada em idade, para ajudá-la na esperança da sua maternidade, e ao mesmo tempo para partilhar com ela o júbilo das maravilhas realizadas por Deus em ambas. Esta festa da Virgem, com a qual terminamos o mês que lhe é dedicado, manifesta-nos a sua ação medianeira, o seu espírito de serviço e a sua profunda humildade. Ensina-nos a levar a alegria cristã aos lugares aonde vamos. Como Maria, temos de ser causa de alegria para os outros.

I. VINDE E ESCUTAI, todos os que temeis a Deus, e eu vos contarei as maravilhas que o Senhor fez em mim1, lemos na Antífona de entrada da Missa.

Pouco depois da Anunciação, Nossa Senhora foi visitar sua prima Isabel, que vivia na região montanhosa da Judéia, a quatro ou cinco dias de caminho. Naqueles dias – diz São Lucas –, Maria levantou-se e foi com presteza à montanha, a uma cidade de Judá2. A Virgem, ao conhecer por meio do Anjo o estado de Isabel, apressa-se a ir ajudá-la nas lides da casa. Ninguém a obriga; Deus, através do Anjo, não lhe exigira nada nesse sentido, e Isabel não lhe solicitara ajuda. Maria poderia ter permanecido na sua própria casa, para preparar a chegada do seu Filho, o Messias. Mas põe-se a caminho cum festinatione, com alegre prontidão, para prestar os seus singelos serviços à sua prima3.

Nós acompanhamo-la por aqueles caminhos nestes momentos de oração e dizemos-lhe com as palavras que lemos na primeira Leitura da Missa: Entoa cânticos de louvor, filha de Sião, alegra-te e exulta de todo o coração, filha de Jerusalém [...]. O Senhor, que é o rei de Israel, está no meio de ti [...]. Ele se regozijará em ti com júbilo eterno4.

É fácil imaginar a imensa alegria que dominava a nossa Mãe desde o dia da Anunciação, e o grande desejo que teria de comunicá-la. Por outro lado, o anjo dissera-lhe: Eis que Isabel, tua prima, também concebeu um filho..., e, segundo esse testemunho expresso, tratava-se de uma concepção prodigiosa, relacionada de algum modo com o Messias que estava para vir5.

Nossa Senhora entrou em casa de Zacarias e saudou sua prima. E aconteceu que, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança saltou no seu seio, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Toda a casa se transformou pela presença de Jesus e de Maria. A saudação da Virgem “foi eficaz porquanto cumulou Isabel do Espírito Santo. Com as suas palavras, mediante a profecia, Maria fez brotar na sua prima, como de uma fonte, um rio de dons divinos [...]. Com efeito, onde quer que esteja a cheia de graça, tudo fica repleto de alegria”6. É um prodígio que Jesus realiza por meio de Maria, dAquela que esteve associada desde os começos à Redenção e à alegria que Cristo traz ao mundo.

A festa de hoje apresenta-nos uma faceta da vida interior de Maria: a sua atitude de serviço humilde e de amor desinteressado pelos que se encontram em necessidade7, uma atitude que se traduz numa maravilhosa sementeira de alegria. Maria convida-nos sempre à entrega pronta, alegre e simples aos outros. Mas isto só será possível se nos mantivermos muito unidos ao Senhor, trazendo-o dentro de nós pelo estado de graça e pelo espírito de oração: “A união com Deus, a vida sobrenatural, comporta sempre a prática atraente das virtudes humanas: Maria leva a alegria ao lar de sua prima, porque «leva» Cristo”8. Nós «levamos» Cristo conosco, e com Ele a alegria, aos lugares onde vamos..., ao trabalho, aos vizinhos, a um doente...? Somos habitualmente causa de alegria para os outros?

II. À CHEGADA DE NOSSA SENHORA, Isabel, repleta do Espírito Santo, proclama em voz alta: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! De onde a mim esta dita, que venha a Mãe do meu Senhor visitar-me? Porque assim que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre.

Isabel não se limita a chamá-la bendita, mas relaciona o seu louvor com o fruto do ventre de Maria, que é bendito pelos séculos. Maria e Jesus estarão sempre juntos. Os momentos mais prodigiosos da vida de Jesus transcorrerão – como neste caso – em íntima união com a sua Mãe, Medianeira de todas as graças: “Esta união entre Mãe e Filho na obra da Salvação – diz o Concílio Vaticano II – manifesta-se desde o tempo da conceição virginal de Cristo até a sua morte”9.

Devemos aprender hoje, uma vez mais, que cada encontro com Maria representa um novo encontro com Jesus. “Se procurarmos Maria, encontraremos Jesus. E aprenderemos a entender um pouco do que há no coração de um Deus que se aniquila [...]”10, que se torna acessível no meio da simplicidade dos dias correntes de uma cena doméstica como a visita de Maria à sua prima Santa Isabel.

Lembremo-nos, porém, de que esse dom imenso – podermos conhecer e amar a Cristo – teve o seu começo na fé de Santa Maria: Bem-aventurada a que acreditou, diz Isabel a Maria. “A plenitude de graça, anunciada pelo anjo, significa o dom do próprio Deus; a fé de Maria, proclamada por Isabel na Visitação, significa que a Virgem de Nazaré correspondeu a esse dom”11.

Manter a fé, robustecê-la no meio da vida diária, não é fácil. Tudo parece tão banal ou tão necessário, tão dependente dos nossos esforços ou de leis meramente naturais, que tendemos a perder de vista que é Deus quem produz em nós o querer e o agir12. Sem mim, nada podeis fazer13, disse-nos o Senhor: nada. O nosso Deus é um Deus escondido14, que prefere atuar por meio de causas segundas. Seremos tão insensatos – e tão infelizes – que não descubramos a sua mão amorosa, os seus desígnios eternos, tanto nos eventos mais clamorosos como no suceder “mecânico” das horas de trabalho, da vida familiar? Para um homem de fé, para uma mulher de fé, tudo é Providência.

III. O CLIMA QUE RODEIA e empapa o episódio da Visitação é de alegria; o mistério da Visitação é um mistério jubiloso. João Batista exulta de alegria no seio de Santa Isabel; Isabel, cheia de alegria pelo dom da maternidade, prorrompe em aclamações ao Senhor; e, enfim, Maria eleva aos céus o Magnificat, um hino transbordante de alegria messiânica15. O Magnificat é “o cântico dos tempos messiânicos, onde confluem a alegria do antigo e do novo Israel”16. E é a manifestação mais pura do segredo íntimo da Virgem, que lhe fora revelado pelo anjo. Não há nele rebuscamento nem artificialismo: é o espelho da alma de Nossa Senhora, uma alma cheia de grandeza e tão próxima do seu Criador: A minha alma glorifica o Senhor, e o meu espírito rejubila em Deus, meu Salvador.

E com este canto de alegria humilde, a Virgem deixou-nos uma profecia: Eis que desde agora me chamarão bem-aventurada todas as gerações. “Desde remotíssimos tempos a Bem-aventurada Virgem é venerada sob o título de Mãe de Deus, sob cuja proteção os fiéis se refugiam súplices em todos os seus perigos e necessidades. Por isso, sobretudo a partir do Concílio de Éfeso, o culto do povo de Deus a Maria cresceu maravilhosamente em veneração e amor, em invocações e desejos de imitação, de acordo com as suas próprias palavras proféticas: Eis que me chamarão bem-aventurada todas as gerações, porque fez em mim grandes coisas aquele que é Todo-Poderoso”17.

A nossa Mãe Santa Maria não se distinguiu por nenhum feito prodigioso; o Evangelho não nos dá a conhecer nenhum milagre que tenha realizado enquanto esteve na terra; poucas, muito poucas são as palavras que dEla nos conservou o texto inspirado. A sua vida aos olhos dos outros foi a de uma mulher corrente, que devia levar adiante a sua família. No entanto, a profecia cumpriu-se fielmente. Quem pode contar os louvores, as invocações, as oferendas e os santuários em sua honra, as devoções marianas...? Ao longo de vinte séculos, chamaram-na bem-aventurada pessoas de todo o gênero e condição: intelectuais e gente que não sabia ler, reis, guerreiros, artesãos, pessoas de idade avançada e crianças que começavam a balbuciar... Nós estamos cumprindo agora aquela profecia. Ave Maria, cheia de graça [...], bendita sois vós entre as mulheres..., dizemos-lhe na intimidade do nosso coração.

De modo particular, tivemos ocasião de invocá-la ao longo dos dias deste mês de maio, “mas o mês de maio não pode terminar; deve continuar na nossa vida, porque a veneração, o amor, a devoção à Virgem não podem desaparecer do nosso coração, e, além disso, devem crescer e manifestar-se num testemunho de vida cristã, modelada conforme o exemplo de Maria, o nome da formosa flor que sempre invoco, manhã e tarde, como canta Dante Alighieri (Paraíso 23, 88)”18.

Pelo trato íntimo com Maria, descobrimos Jesus. “Como seria o olhar alegre de Jesus! O mesmo que brilharia nos olhos de sua Mãe, que não pode conter a alegria – «Magnificat anima mea Dominum!» –, e a sua alma glorifica o Senhor desde que o traz dentro de si e a seu lado. – Ó Mãe! Que a nossa alegria, como a tua, seja a alegria de estar com Ele e de o possuir”19.

(1) Sl 65, 16; Antífona de entrada da Missa de 31 de maio; (2) Lc 1, 39-59; (3) cfr. M. D. Philippe, Misterio de Maria, pág. 142; (4) Sof 3, 14.17-18; (5) cfr. F. M. Willam, Vida de Maria, pág. 85; (6) Pseudo-Gregório Taumaturgo, Homilia II sobre a Anunciação; (7) João Paulo II, Homilia, 31-V-1979; (8) Josemaría Escrivá, Sulco, n. 566; (9) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 57-58; (10) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 144; (11) João Paulo II, Enc. Redemptoris Mater, 25-III-1987, 12; (12) Fil 2, 13; (13) Jo 15, 5; (14) Is 45, 15; (15) cfr. id.,Homilia, 31-V-1979; (16) Paulo VI, Exort. Apost. Marialis cultus, 2-II-1974, 18; (17) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 66; (18) João Paulo II, Homilia, 25-V-1979; (19) Josemaría
Escrivá, Sulco, n. 95.

Fonte:
http://www.hablarcondios.org/pt/meditacaodiaria.asp

segunda-feira, 30 de maio de 2011

TCU vê indícios de fraude em obra da transposição do rio São Francisco

O TCU (Tribunal de Contas da União) encontrou indícios de fraude de R$ 29,9 milhões na execução do contrato de gerenciamento de uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a transposição do rio São Francisco.
A reportagem é de Breno Costa e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 30-05-2011.
Do valor calculado pelos técnicos do tribunal, em relatório aprovado em abril, R$ 27,5 milhões (92%) foram pagos pelo Ministério da Integração Nacional para provavelmente remunerar profissionais "fantasmas".
"Há a possibilidade de que, teoricamente, os profissionais constantes dos boletins de medição não tenham sido contratados de fato", afirma o relatório - o primeiro a apontar problemas na execução física da obra.
A conclusão do TCU veio ao cruzar dados com nome e remuneração de profissionais contratados, enviados pelo consórcio Logos-Concremat à Integração Nacional, com listas enviadas ao Ministério da Previdência Social com os valores pagos a cada funcionário
Segundo o TCU, R$ 21,4 milhões foram pagos ao longo do contrato a trabalhadores listados nos documentos entregues à Integração Nacional, mas que nunca foram localizados nos registros da Previdência.
"Conclui-se que o Ministério da Integração Nacional pagou por postos de trabalho sem o mínimo de informações necessárias que comprovassem a regularidade da situação ou servissem de controle por parte do ministério", afirma o TCU.
Outros R$ 6,3 milhões referem-se a vencimentos de trabalhadores que não foram identificados nominalmente pelo consórcio e que, por isso, não são localizados nos documentos da Previdência.
Os demais R$ 2,2 milhões são relativos a profissionais não encontrados nos registros da Previdência em algumas medições.
O TCU avalia que essas constatações são "grave indício de que ela [a contratada] estaria irregular quanto às suas obrigações tributárias".
Ao tribunal o ministério - à época comandado por Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), hoje em uma das diretorias da Caixa Econômica - afirmou que não competia ao órgão fazer o cruzamento entre as listas, mas só verificar o andamento do contrato.
"Não é suficiente receber as informações da GFIP [listas enviadas à Previdência] apenas por formalidade sem que haja alguma fiscalização sobre a sua veracidade e consistência", diz o TCU. "Como pode haver segurança de que o número referente aos profissionais alocados em determinados serviços, informado pela contratada, corresponde à realidade?"
O tribunal determinou que o ministério tome providências até dia 20 para que o valor seja ressarcido à União.

Comunidade Drumond acampa na frente da Prefeitura de Itabira lutando por Moradia.

Desde a manhã do dia 24 de maio de 2011, o povo da Comunidade Drumond – 300 famílias -, do bairro Drumond, em Itabira, MG, - que estão ameaçadas de despejo - estão acampadas POR TEMPO INDETERMINADO na frente da prefeitura de Itabira, cidade mineira que está localizada dentro de grandes crateras produzidas pela Companhia Vale.

O poeta Carlos Drumond de Andrade, itabirano, ficou com o coração partido de dor ao constatar as indeléveis agressões provocadas pela mineradora Vale à sua terra natal. Exclamou poeticamente: “Itabira se tornou apenas um quadro na parede!” Drumond não quis mais retornar a Itabira.
Sob um frio federal dezenas de famílias estão dispostas a continuar na luta, acampadas na frente da Prefeitura de Itabira por tempo indeterminado até o prefeito João Izael resolver desapropriar área onde hoje está a Comunidade Drumond, que não está tendo mais o direito de dormir em paz, porque, a qualquer hora, a polícia pode chegar para cumprir um mandado judicial de despejo. O processo judicial que resultou em Liminar de reintegração de posse está eivado de irregularidades. Por isso outros recursos judiciais estão sendo impetrados no Tribunal de Justiça de Minas.
Ontem, dia 26/05/2011, o prefeito João Izael se reuniu com os bispos da Diocese de Itabira, Dom Odilon e dom Lara. Não aceitou que uma Comissão dos moradores e de outras organizações de apoio participasse da reunião. O prefeito cogitou assinar um documento se comprometendo em arrumar moradia para o povo em outro lugar.
Após os bispos repassarem a vaga proposta para uma Comissão da Comunidade Drumond, foi feita uma Assembleia com o povo que decidiu o seguinte:
A principal reivindicação do povo da Comunidade Drumond é que a área seja desapropriada para fins de interesse social para habitação popular. Isso é juridicamente possível e politicamente o mais justo pelos seguintes motivos:
a) A propriedade, ao ser lentamente ocupada por 300 famílias pobres, estava totalmente abandonada, ociosa e sem cumprir a função social;
b) Sobre a propriedade nunca pagaram nem um centavo de imposto (nem IPTU e nem ITR). A dívida de IPTU já supera R$750.000,00;
c) A desapropriação é menos onerosa para o poder público do que a compra, pois se desapropria pelo valor venal do imóvel, valor bem menor do que o de mercado;
d) Pode-se desapropriar pela Lei 4.132/62 com 2 anos de prazo para efetuar o pagamento. A prefeitura pode pagar com orçamento próprio e pode também reivindicar junto ao Governo Estadual recurso a partir da Secretaria de Regularização fundiária urbana e rural;
e) A prefeitura de Itabira tem o 6º maior orçamento dos municípios de Minas Gerais: 700 milhões de reais por ano. Logo, não pode alegar que não tem dinheiro;
f) Com um decreto de desapropriação do prefeito se coloca fim na discussão judicial e exorciza o fantasma do despejo, que se acontecer, poderá resultar em massacre e em uma infinidade de dor e problemas sociais muito maiores do que os ora existentes.
g) Os direitos humanos das crianças, adolescentes, das mulheres e dos idosos, enfim de todo o povo pobre que integra a Comunidade Drumond está amparado pela Constituição Federal, Estatuto da Criança e Adolescente, Estatuto do Idoso e ...
Caso o prefeito João Izael não faça a desapropriação, o melhor e mais justo, a Comunidade do Bairro Drumond, revelando abertura para negociação e diálogo, aceita sair do terreno com um compromisso assinado pelo prefeito nos seguintes termos:
Que a Prefeitura construa casas, e não apartamentos, para todas as famílias com renda de zero a três salários mínimos, em um local o mais próximo possível (que não seja em local longe do centro), em lotes de, no mínimo, 200 metros, e com infraestrutura de urbanização (saneamento, redes de água e energia, posto médico, escola, praças etc).
Que todas as famílias continuem no Bairro Drumond até a conclusão de todas as casas (não apartamentos) de forma que possam sair do Bairro Drumond e já entrarem em seguida nas novas casas.
O bispo dom Odilon, após mostrar a contraproposta, acima, informou-nos de que o prefeito não aceita assinar um compromisso nos termos pontuados pelo povo da Comunidade Drumond, em Assembleia.
Assim, evidenciou-se que o prefeito João Izael não quer assumir um compromisso sério com as 300 famílias pobres do bairro Drumond. Será porque já está comprometido com a “Família Rosa” que quer expulsar os pobres para construir no local um bairro nobre, um setor de mansões?
Itabira, MG, Brasil, 27 de maio de 2011
Contato:
Padre José Geraldo, cel.: 031 8727 0021
Frei Gilvander Moreira, cel.: 031 9296 3040.
Adilson, cel.: 031 8656 9616
ASSINAM essa NOTA:
Secretariado Diocesano de Pastoral
Grupo de Apoio de Ipatinga
Associação dos Moradores do Bairro Drumond
Brigadas Populares – www.brigadaspopulares.org.br
Comissão Pastoral da Terra - CPT
Mandato do Deputado Federal Padre João

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Empresa investigada teve vários contratos com a PBH

Convênios sem licitação foram assinados durante gestão de Pimentel
Publicado no Jornal OTEMPO em 27/05/2011Avalie esta notícia »



Obra.Conjunto Vale do Jatobá, construído pela HAP, sob suspeita de desvio de recursos públicos
A empresa HAP Engenharia, investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE) por irregularidades em contratos com a Prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Fernando Pimentel (PT), possui um extenso portfólio de serviços prestados ao município entre 2002 e 2006 sem a participação em licitações. São contratos emergenciais - que dispensam a concorrência pública - para limpeza e varrição de ruas nas regiões Norte, Pampulha e Venda Nova.

Entre 2004 e 2006, foram cinco contratos com duração de seis meses cada. O último deles, firmado em fevereiro de 2006, custou aos cofres do município R$ 4,3 milhões.

Além dos serviços de limpeza urbana, a empresa já foi responsável por várias obras na cidade sem participar de licitação. Entre elas, estão a drenagem da avenida Vilarinho, em novembro de 2002, e reformas em escolas municipais em 2005 e 2006.

A HAP Engenharia pertence ao engenheiro Roberto Giannetti Nelson de Senna, amigo pessoal do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. A empresa foi uma das maiores doadoras para a campanha de Pimentel à prefeitura da capital, em 2004, injetando R$ 220 mil na disputa. Já Roberto Senna doou R$ 15 mil.

Segundo denúncia do MP, ocorreu desvio de dinheiro público de um contrato entre a prefeitura e a HAP para a construção do Conjunto Habitacional Vale do Jatobá, em 1999, quando Pimentel era secretário de Finanças do município. Ainda de acordo com a denúncia, a obra foi feita sem licitação e o contrato sofreu aditivos, que elevaram o valor dos R$ 12,7 milhões iniciais para R$ 26,7 milhões. Além disso, foram entregues apenas 678 das 1.500 unidades habitacionais previstas no contrato.

Na última terça-feira, o Tribunal de Justiça acatou a Ação Civil Pública movida pelo MPE contra o ex-prefeito, o dono da empresa e outras oito pessoas por desvio de recursos públicos, superfaturamento, violação do princípio da publicidade e financiamento de campanha com recursos públicos.

Outra denúncia, esta do ex-vereador Antônio Pinheiro (PSDB), aponta irregularidades nas obras do programa Vila Viva no aglomerado do Morro das Pedras, em 2005. O contrato, no valor de R$ 30 milhões, previa a construção de 736 apartamentos. Posteriormente, o valor foi reajustado para R$ 120 milhões. Mas, segundo o ex-vereador, só foram entregues 320 unidades. "O que eu percebo é que os recursos são distribuídos entre os amigos que mais tenham contribuído com a campanha", denuncia.

Abaixo-assinado Contra a criminalização dos movimentos sociais!

Somos solidários à Enver José, perseguido por lutar contra o aumento das passagens de ônibus em João Pessoa!

Para:cidadãos que se posicionam contra a criminalização dos movimentos sociais. movimentos sociais

Desde o final de dezembro de 2010 ocorreram várias mobilizações populares em todo Brasil contra o aumento abusivo do preço da passagem e a má qualidade dos serviços de transporte coletivo, pressionando nas ruas, os governos e empresários por um modelo justo de mobilidade urbana que atenda às necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras. A organização e mobilização popular sempre se fizeram necessárias para que qualquer transformação social pudesse ocorrer neste país. Esse é o real papel que os movimentos sociais tem cumprido: reivindicar em todos os espaços públicos, nas ruas e praças, por melhores condições de vida, de trabalho, saúde e educação da população.
O militante social do Movimento Estudantil da Universidade Federal da Paraíba(Movimento Levante e Diretório Central dos Estudantes – DCE – da UFPB), Enver José Lopes Cabral, está sendo processado por participar das manifestações, sendo injustamente acusado de “tentativa de homicídio por arremessar um artefato em um ônibus com efeitos análogos ao engenho de uma dinamite”. Este fato se caracteriza como perseguição política, que os militantes sociais sofrem por lutar em defesa dos interesses junto a população. Criminalizar um(a) lutador(a) do povo constitui-se em um ato de extrema repressão, sendo este operado por empresários que lucram à custa do aumento arbitrário da passagem de ônibus sem prestar contas à população de João Pessoa. E o que torna ainda mais revoltante é que o Ministério Público Estadual, que era para está a serviço do povo, foi o responsável pela ação promovida a pedido dos empresários de ônibus.
Toda a população de João Pessoa acompanhou as mobilizações pacíficas que ocorreram com o aumento da tarifa do transporte coletivo. As manifestações sempre foram divulgadas nos meios de comunicação, e atraíram com criatividade a atenção dos trabalhadores e trabalhadoras e dos estudantes cansados pela inexistência de um transporte verdadeiramente público. Os panfletos distribuídos nas ruas contribuíram no diálogo com a população acerca dos fatos, evidenciando a real possibilidade da conquista do direito por um transporte mais digno. E com as palavras de ordem (“Mãos ao alto, 2,10 é um assalto!”) foi nítido a identificação da população com a causa justa dessa LUTA.
Contra a exploração das elites dominantes que criminalizam através do aparato repressor todos e todas que ousam com criatividade e organização do povo transformar a realidade em que vivemos! Os empresários do transporte são os verdadeiros criminosos, que exploram a população todos os dias cobrando uma alta tarifa, fazendo com que o povo perca muito tempo esperando por um ônibus que ainda chega superlotado. Não vamos nos calar diante dessa injustiça e declarada perseguição política aos movimentos sociais que buscam uma transformação social!
Manifestamos nosso total repúdio à criminalização dos movimentos sociais forjado pelos empresários do transporte coletivo em João Pessoa-PB.

JUVENTUDE QUE OUSA LUTAR: CONSTRÓI O PODER POPULAR!
POR JUSTIÇA SOCIAL, LUTAR POR NOSSOS DIREITOS NÃO É CRIME!
Para assinar:
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N10337

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Favela a preço de banana!

Sei que a questao da exclusao dos pobres, negros e favelados incomoda muito poucos... Mas, nossa missao é DENUNCIAR!!!!

A Prefeitura de Belo Horizonte quer remover os favelados das regiões ricas e valorizadas da cidade para melhorar a qualidade de vida dos verdadeiros cidadãos destas regiões. Eles querem eliminar as favelas e mandar os pobres e negros pra bem longe do centro da cidade.

Consideramos que o Programa Vila Viva possui erros estruturais que devem ser corrigidos antes de ser imposto “goela abaixo” aos favelados. Queremos deixar claro que somos contrários à metodologia e à forma como tal programa está sendo imposto aos moradores e, por isso, em nome da Paróquia Nossa Senhora do Morro, iniciamos uma luta pelo Direito à Moradia Digna e a favor da permanência dos pobres e negros nas regiões centrais de Belo Horizonte. Defendemos que os recursos financeiros previsto para este Programa Habitacional sejam aplicados aqui no Aglomerado, mas, para a melhoria da qualidade de vida dos próprios favelados, e não para “preparar o terreno” para a especulação imobiliária. Consideramos que os favelados não devem ser “removidos” da cidade e que o Programa Vila Viva é mais uma ação racista e discriminatória que desrespeita a riqueza e os valores culturais das favelas, verdadeiros Quilombos Urbanos, espaços remanescentes da Resistência Negra, e defendemos a LEGALIZAÇÃO IMEDIATA DOS TERRENOS DOS FAVELADOS.

Somos contrários ao “Vila Morta”, esta iniciativa maldita da Prefeitura, que parece ser uma forma de preparar a cidade para a Copa do Mundo de 2014. Não possuimos nenhum tipo de vínculo com a atual adminis­tra­ção pública nefasta, que nos impeça de manifestar nossa opinião e falar o que acreditamos e defendemos. Não somos capachos e nem pelegos da Prefeitura, que atua como uma raça de víboras e que administra a cidade-exclusão.

Não somos funcioná­rios da prefeitura e não recebe­mos dinheiro de ninguém para tentar conven­cer os moradoress a venderem suas casas a preço de banana. Queremos recordar que Jesus foi vendido por 30 moedas de prata, por Judas traidor, e não estamos dispostos a vender o Quilombo para os especuladores e bandidos que estão de olho no nosso pedaço de chão. Estamos dispostos a levar esta denúncia até às últimas consequências. Não temos medo de ameaças, conhecemos os métodos sórdidos e perversos desta atual administração e, nem por isso, iremos calar a nossa voz.


Nossa Senhora do Morro
Cinco Comunidades de Fé

Quilombo do Papagaio
Um Projeto de Vida


· Por uma Cidade Sem Exclusão
· Contra todo Racismo e Discriminação
· Em Defesa da Vila Estrela
· Contra a Expulsão dos Favelados
· Pelo Direito à Moradia Digna
· Em Defesa do Quintal da Tia Neném
· Pelo Direito de Morar em mais de 45 m²
· Em Defesa dos Terreiros e das Lajes
· Em Defesa da Vila São Bento
· Em Defesa da Capela São Bento
· Pela Remoção da Rede Elétrica (antenas)
· Em Defesa do Quilombo da Margarida
· Pela Legalização dos Nossos Terrenos
· Em Defesa da Vila Esperança
· Pelo Respeito à Cultura do Povo Negro
· Para salvar o Quilombo do Papagaio

Acorda Papagaio
O Vila Morta Chegou!


Oito razões para discordar do Programa Vila Morta

1. Nossa Favela foi atingida pelo “Vila Morta” por estar localizada em uma das regiões mais ricas e valorizadas da cidade. A Prefeitura está dando um jeito de mandar os Pobres e Negros pra longe por causa da Copa do Mundo de 2014 e para atender aos interesses dos especuladores imobiliários.

2. O “Vila Morta” irá causar a quebra dos laços de sociabilidade entre os favelados e um forte abalo psicológico nas famílias. Eles dizem que o projeto não está pronto, mas já estão pichando os muros das casas que serão destruídas, assim como faziam os nazistas, nas casas dos judeus perseguidos.

3. Ainda não estamos preparados para arcar com todas as novas despesas, oriundas de uma conjunto habitacional: IPTU, condomínio, contas de água e de energia do condomínio. Mudando para os predinhos do “Vila Morta”, que parecem pombais, teremos que assumir todos estes novos gastos.
4. Está previsto o alargamento da Rua Principal, para criar uma avenida, que irá dividir a favela em dois pedaços, gerando a expulsão de muitas famílias, aumentando e acelerando o trânsito de veículos. Tal proposta modifica a dinâmica social e dificulta ainda mais a vida na Favela.
5. Para quem decidir ficar nos ‘predinhos’ o custo de vida aqui irá sofrer um forte aumento: aluguéis, supermercado, açougue, impostos… Além disso, as famílias que vivem do comércio serão obrigadas a abandonar sua fonte de renda, por ser incompatível com as leis de um condomínio.

6. Os ricos querem ficar livres dos pobres, querem nos mandar para longe, custe o que custar. Nós servimos para lavar suas roupas e privadas, limpar seus palácios, cozinhar e varrer suas ruas. Eles nos querem como motoristas, domésticas, manicures, jardineiros, pedreiros, porteiros, babás… Mas não nos querem como vizinhos.

7. Os apartamentinhos do “Vila Morta” medem 45 ou 55 metros quadrados, com dois ou três quartos, de acordo com o número de membros de cada família desalojada. Os predinhos não possuem sistema de segurança e nem garagem suficiente, mas poucas vagas no estaciona­men­to coletivo.

8. Ainda não possuímos nenhum documento que nos garanta a Propriedade do terreno onde vivemos há mais de 90 anos. Isso faz com que o valor pago nas indenizações seja baixíssimo e injusto. Estamos sendo obrigados a vender nossas casas para a Prefeitura a preço de banana. Sem a Regularização Fundiária é impossivel uma negociação justa.


Cadê o Quilombo que estava aqui?

Resposta: O racismo, o preconceito, a intolerância, a discriminaçao, a ganância, a incompetência, as arbitrarie­dades, a especulação imobiliária e o mal governo da Prefeitura de Belo Horizonte COMEU!!



http://www.flickr.com/photos/quilombodepaz/sets/72157625740257243/




Padre Mauro Luiz da Silva
Paroquia Nossa Senhora do Morro
Caminhada pela PAZ e Quilombo do Papagaio
www.quilombodepaz.com.br
Movimento Acorda Papagaio o Vila Morta chegou
Belo Horizonte - Brasil / Padova - Italia

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ruralistas vaiam anúncio de morte

Era perto das 16h quando uma cena grotesca aconteceu no plenário da Câmara dos Deputados. O líder do Partido Verde, José Sarney Filho, lia uma reportagem sobre o extrativista José Claudio Ribeiro da Silva, brutalmente assassinado pela manhã no Pará, junto com sua mulher Maria do Espírito Santo da Silva, também uma liderança amazônica. Ao dizer que o casal que procurava defender os recursos naturais havia morrido em uma emboscada, ouviu-se uma vaia. Vinha das galerias e também de alguns deputados ruralistas.
A indignidade foi contada no Twitter e muito replicada. "Foi um absurdo o que aconteceu", diz Tasso Rezende de Azevedo, ex-diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro. "Ficamos estarrecidos".
A reportagem é de Daniela Chiaretti e publicada pelo jornal Valor, 25-05-2011.
O assassinato de Zé Claudio, como era conhecido, e de Maria do Espírito Santo aconteceu às 7h da manhã, a 50 km de Nova Ipixuna, sudeste do Estado, na comunidade de Maçaranduba. "Eles vinham no carro deles, indo para a cidade. Tinha uma ponte meio danificada no igarapé. Ele desceu para ver e ali foi a emboscada", conta Atanagildo Matos, diretor da regional Belém do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, o ex-Conselho Nacional dos Seringueiros. Zé Claudio foi morto fora do carro, Maria foi baleada dentro do veículo. Uma orelha foi arrancada pelos pistoleiros, conta Atanagildo, o primeiro a ser avisado por Clara Santos, sobrinha de Zé Claudio.
O casal vinha sofrendo ameaças desde 2008. "É um área muito tensa, que vinha sofrendo muita pressão de madeireiros e carvoeiros", conta Atanagildo. "Era a última área da região com potencial florestal muito bom. Zé Claudio e Maria resistiam muito ao desmatamento." Os dois viviam em Nova Ipixuna há 24 anos, em um terreno de 20 hectares no Projeto de Assentamento Agroextrativista (Paex) Praialta- Piranheira, às margens do lago de Tucuruí. Extraíam óleo de andiroba e castanha. Em palestra em novembro, no evento TEDx Amazônia, Zé Claudio denunciava o desmate. "É um desastre para quem vive do extrativismo como eu, que sou castanheiro desde os 7 anos da idade, vivo da floresta e protejo ela de todo jeito. Por isso, vivo com a bala na cabeça, a qualquer hora".
Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência estava no Fórum Interconselhos quando um dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) deu a notícia. Foi ao Palácio, relatou à presidente Dilma Rousseff e ela determinou ao ministro da Justiça José Eduardo Cardozo que a Polícia Federal apure o assassinato dos sindicalistas.

2º A JUVENTUDE OKUPA A CIDADE: QUAL SEGURANÇA QUEREMOS?

O OKUPA é uma promoção do Observatório da Juventude da UFMG, em parceria com vários movimentos juvenis da cidade, com a proposta de criar um espaço de debates sobre a cidade e seus jovens, contribuindo para formar opiniões e construir, no diálogo entre diferentes, uma agenda comum de reivindicações que atendam aos justos anseios dos jovens por uma cidade mais democrática.
O primeiro OKUPA, realizado em abril, reuniu um conjunto de movimentos juvenis que, na sua diversidade possuem em comum reivindicações em torno da cidade. Os movimentos Praia da Estação, Nova Cena, Todos contra o Aumento, Brigadas Populares e Duelo de MCs apresentaram as suas demandas, em um rico debate no qual ficou claro que a cidade se explica pela possibilidade da diferença entre as pessoas. E os diferentes precisam se encontrar em espaços públicos para a construção de uma cultura comum, superando assim os preconceitos e estereótipos. Neste sentido a cidade possui uma dimensão educativa, devendo ser um lugar onde as pessoas se encontram para conviver, para aprender, para participar da vida social e política e assim exercer seus direitos como cidadãos. Daí a necessidade posta pelos movimentos da “re-fundação” de Belo Horizonte, garantindo o direito ao seu uso e ocupação, ampliando seus espaços de encontro, de lazer, com maior grau de liberdade e de solidariedade. O desafio está posto.
Para este segundo debate, o tema é a segurança pública a partir do eixo: Qual segurança queremos?
A idéia é discutir sobre a realidade da segurança pública em Belo Horizonte , e os desejos, as demandas e as necessidades de segurança na visão dos movimentos juvenis. Uma série de questões precisa ser debatida. Algumas delas de caráter mais geral: Porque os jovens e a população em geral tem medo, insegurança na sua relação com a cidade? Por que o medo de circular por uma região, medo de sair a noite, medo do outro, medo do mendigo, medo da sombra? É real ou é socialmente fabricada por aqueles que possuem uma concepção de uma cidade “higienizada”, limpa, vazia, sem gente ocupando suas ruas e praças?
Outras questões dizem respeito às dificuldades que os jovens vêm encontrando para OKUPAR a cidade: Porque os jovens não podem ocupar as praças livremente com shows ou mesmo para se encontrarem? Porque é tão difícil conseguir apoio oficial para promoção de eventos gratuitos nas ruas? Neste sentido, podemos nos perguntar por que tanta dificuldade é colocada para a realização semanal do Duelo MCs? É tão difícil assim garantir o mínimo de conforto, como os banheiros químicos, e segurança para este evento que reúne centenas de jovens toda semana? Seria porque na sua maioria são jovens e pobres? Ou mesmo o que pode explicar a presença da polícia fortemente armada para impedir o carnaval de rua em fevereiro deste ano?
Mas também é necessário discutir questões mais pungentes: Porque tantos jovens morrem em Belo Horizonte ? Porque será que a grande maioria destes são negros e pobres? Porque será que vem aumentando tanto o número de jovens encarcerados em Belo Horizonte ? Por que a juventude, principalmente os pobres, tende a ser criminalizada? É necessário também se perguntar pelas conseqüências para a ROTAM e seu modo de operar depois do triste acontecimento ocorrido no Aglomerado da Serra.
Estas, dentre outras várias questões, expressam concepções de segurança publica e de cidade que vem sendo implementadas pelo poder público estadual, municipal e sua policia e precisam ser entendidas e analisadas criticamente. Será que é a única possível? Haveria uma concepção de segurança publica cidadã? E diante deste contexto, é necessário se perguntar: os jovens e seus movimentos compartilham com estas concepções? Se não, quais seriam as demandas e necessidades dos jovens em relação à segurança pública na cidade?
Venha debater e construir conosco uma agenda de segurança pública demandada pelos jovens da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
QUANDO: DIA 3 DE JUNHO, SEXTA FEIRA, DE 19:30 ÀS 22HS
ONDE: CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DA UFMG – Av. Afonso Pena 1534 (em frente ao Palácio das Artes)
COM QUEM: MONGE, DUELO MCs/FAMILIA DE RUA
FIDELIS ALCÂNTARA, BANHISTA DA PRAIA DA ESTAÇÃO
GRAZIELE SANTARELLI, FRENTE ANTI-PRISIONAL DAS BRIGADAS POPULARES
PROF. LUIZ ALBERTO GONÇALVES ( FAE-UFMG)
E DEPOIS DO DEBATE: CORTEJO ATÉ O DUELO MCs


Programa Observatório da Juventude da UFMG
Faculdade de Educação - FaE /UFMG
Av. Antônio Carlos, 6.627 - Pampulha
Belo Horizonte/MG CEP: 31.210-901
Tel.: 31 3409-6188
Horário de atendimento: segunda a sexta de 14 às 18 horas
Email:observajuventudeufmg@yahoo.com.br
Site: www.fae.ufmg.br/objuventude

IX SEMANA DE CIÊNCIAS SOCIAIS UFMG

Data: 30/05
Horário: 11h30 às 13h30
Local: Auditório da Reitoria

Espetáculo: Quando se desprendem as partes. (ColetivoO12)



O CONSENSO E O CONFLITO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Data: 01/06
Horário: 19h às 20h30
Local: Auditório Bicalho
Ementa: Esta mesa tem o intuito de discutir as bases metodológicas das ciências sociais, sob a ótica da divisão em dois grandes grupos: as teorias baseadas no consenso e as baseadas no conflito. O pensamento social baseado no consenso parte da idéia de que a sociedade é um todo harmônico e que aquilo que lhe contraria é anormal, anômico e deve, então, ser combatido. O positivismo de Durkheim é o que melhor ilustra esta vertente. Já as teorias baseadas no conflito enxergam a sociedade enquanto um espaço contraditório, repleto de tensões e desigualdades. O maior expoente deste lado é o marxismo e suas diversas vertentes.
É importante fazer esta discussão para entender como se dá a produção científica em nosso campo na atualidade, e perceber que as teorias sociais se encaixam em um ou outro lado desta distinção, e que isso tráz implicações para a leitura da realidade. Em síntese, saber se se parte da lógica do consenso ou do conflito quer dizer muito do que se pretende afirmar com o fazer científico. Desta forma entendemos que o posicionamento em uma ou outra vertente tem uma intencionalidade clara e, então, buscamos entender suas consequencias.

Espaço: Mesa Redonda

Convidado:
1. Fernando de La Cuadra (IICA)
2. João Antonio de Paula (UFMG)


A CIDADE COMO ESCOLA: A DIMENSÃO PEDAGÓGICA DO ESPAÇO URBANO

Data: 31/05
Horário: 8h30 às 10h30
Ementa: O objetivo da mesa é discutir a influencia e as possibilidade que o espaço urbano dá quanto da configuração de sociabilidades e construção de valores aos que interagem com a cidade.
Espaço: Mesa Redonda

Convidados:
• Andrés Zarankin(UFMG)
. Frederico Canuto (Isabela Hendrix)


TERRITORIALIDADE E CAMPESINATO

Data: 31/05
Horário: 12h às 14h
Local: Auditório Sônia Viegas
Ementa:
Espaço: Mesa Redonda

Convidados:
. Eliane Cantarino (UFF)
. Deborah Lima (UFMG)



A violência contra a mulher e o respeito à diversidade étnica

Data: 31/05
Horário: 18h30 às 20h30
Local: Auditório Sônia Viegas
Ementa: A mesa pretende debater como tratar a questão da violência contra a mulher nos povos indígenas, e que estratégias são possíveis dentro do contexto sociocultural dos mesmos. Como equacionar o papel do Estado e o respeito à diversidade étnica desses povos?
Espaço: Mesa Redonda
Convidados:
• Ricardo Verdum (INESC)
. Daniel Schroeter Simião (UnB)







OS DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA EDUCAÇÃO NO CAMPO: A VIA DA ALTERNÂNCIA


Data:01/06
Horário: 8h30 ás 10h30
Local: Auditório Bicalho
Ementa: A mesa se destina a discutir de forma mais abrangente, a proposta pedagógica da alternância, como alternativa viável para a construção da educação no campo, refletindo sobre a história passada, e os desafios futuros, frente ao panorama atual.

Espaço: Mesa Redonda
Convidado:

• Willer Barbosa (UFV)




A MULHER DO CAMPO E A PROPRIEDADE: QUESTÃO FUNDIÁRIA E AUTONOMIA

Data: 02/06
Horário: 8h30 às 10h30
Local: Auditório Bicalho
Ementa: Mesa para tentar dar uma visão geral sobre como a desigualdade entre os sexos se materializa e se institucionaliza no campo; seja sob a forma de propriedade da terra, em que é nítido que quem detém o título é, preponderantemente, o homem, ou seja quanto a uma questão de autonomia financeira, em que a mulher, designada aos trabalhos domésticos, não possui fonte de renda própria, independente de seu marido, não possuindo, então, autonomia para seus gastos
Espaço: Mesa Redonda

Convidado:
. Renata Costa (MST)



RELAÇÕES DE GÊNERO NA ESCOLA


Data: 02/06
Horário: 12h às 14h
Local: Auditório Bicalho
Ementa: Esta mesa pretende problematizar como se dão as relações de gênero no âmbito da educação, considerando não só como se dão tais relações dentro da sala de aula, mas entendendo como os valores dominantes se reproduzem através da educação formal. Nesse sentido apresentamos tanto as questões relacionadas a homofobia quanto as relações de gênero de forma mais geral.
Espaço: Mesa redonda

Convidados:
• Paulo Nogueira (FaE-UFMG)
. Érica Souza (Fafich-UFMG)



DESIGUALDADES RACIAIS E SEGREGAÇÃO URBANA
Data: 02/06
Horário: 18h30 às 20h30
Local: Auditório Bicalho
Ementa: A proposta sugerida para essa mesa se trata de uma discussão a cerca das desigualdades de raça e como estas se manifestam no espaço urbano, tanto através da composição espacial das cidades, como através das relações que se dão nessa e a partir dessa composição. Propõe-se a partir desse tema, abrir a reflexão para diversos aspectos, como a criminalização do negro, a segregação urbana e os movimentos de resistência e de combate ao preconceito e às desigualdades raciais e sociais (como o rap, hip-hop, etc...).
Espaço: Mesa Redonda

Convidados:
• Antonia dos Santos Garcia (UFBA)
Edna Alves dos Santos (MTD)


DO CAMPO À CIDADE: A NECESSIDADE E A INTERFACE ENTRE AS REFORMAS
AGRÁRIA E URBANA

Data: 03/06
Horário: 12h às 14h
Local: Auditório Sônia Viegas
Espaço: Mesa redonda
Ementa:a proposta dessa mesa é debater a inserção desse debate na sociedade e na universidade, o espaço que essa discussão tem na atual conjuntura e as perspectivas de realização dessas reformas. Além disso é importante para o questionamento da necessidade ou não delas e consequente reflexão dos estudantes diante da atual estrutura urbana e rural da nossa sociedade e país.

Convidados:
• Vanderlei Martini (MST)
• Heron Barroso (CMP-Alagoas)
. Luiz Fernando Vasconcelos de Freitas (BP´s)
. Cíntia de Freitas Melo (COPAC)



Programação IX Semana de Ciências Sociais
30/05 31/05 1/06 2/06 3/06
8h30 - 10h30 A CIDADE COMO ESCOLA: A DIMENSÃO PEDAGÓGICA DO ESPAÇO URBANO OS DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA EDUCAÇÃO NO CAMPO: A VIA DA ALTERNÂNCIA A MULHER DO CAMPO E A PROPRIEDADE: QUESTÃO FUNDIÁRIA E AUTONOMIA
12h - 14h
Atividade Cultural: Quando se desprendem as partes .
TERRITORIALIDADE E CAMPESINATO OCUPAÇÃO DO ESPAÇO E PROSTITUIÇÃO RELAÇÕES DE GÊNERO NA ESCOLA ENCERRAMENTO: DO CAMPO À CIDADE: A NECESSIDADE E A INTERFACE ENTRE AS REFORMAS AGRÁRIA E URBANA
14h30 - 17h30 Mini-curso 1 (à ser divulgado)

Mini-Curso :Educação Popular Mini-Curso: Educação Popular Mini-curso 1
18h30 - 20h30 Mini-Curso: Educação Popular A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E O RESPEITO À DIVERSIDADE ÉTNICA ABERTURA;

O CONSENSO E O CONFLITO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS DESIGUALDADES RACIAIS E SEGREGAÇÃO URBANA

terça-feira, 24 de maio de 2011

O poder corrompe absolutamente

"Não há inocentes, há, sim, cinismo. O argumento de Palocci é puro cinismo, sem dúvida. Ele fez, como disse, o que fizeram antecessores seus, quando estiveram no seu lugar, ou seja, no topo do poder, saindo de lá grávido de informações especiais, valiosas", escreve Cesar Fonseca, no sítio Patria Latina, 21-05-2011.
Segundo ele, "repete-se na periferia do capitalismo o que ocorre no capitalismo cêntrico. Os principais assessores econômicos do presidente Barack Obama sairam de Wall Street, o centro financeiro mais poderoso do mundo. Depois vão para o mercado, cheio de informações, faturarem bilhões. Do mercado para o governo, do governo para o mercado".
Eis o artigo.
A mulher de César não tem que ser apenas honesta, sobretudo, tem que parecer honesta. Esse é o dilema do ministro Palocci, enriquecido nas águas da traficância-comercialização das influências produzidas pela força das informações que somente aqueles que se situaram nas alturas dos poderes políticos dispõem para serem vendidas por alto preço àqueles que delas dependem para multiplicar seu capital nas esferas governamentais que puxam a demanda econômica por meio dos gastos públicos. O ministro da Casa Civil foi pego no contrapé, mas não fez nada que a oposição, quando no poder, não tenha feito à larga. O problema todo é que nesses casos o que vale não é a verdade mas a versão. E as versões correm os corredores do Congresso onde a disputa política se dá com grande velocidade e dose elevada de multiplicações diversionistas e diversificadas, ampliando as maledicências. Estaria o ministro contrariando interesses poderosos expressos na exclusão deles do poder político dilmista? Tudo pode estar acontecendo, mas o próprio Palocci reconhece que praticou as consultorias. Usou do poder das informações que angariou. Moral ou imoral? O capitalismo é isso aí, minha gente, sem tirar nem por.
O súbito enriquecimento do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, que multiplicou por vinte o seu patrimônio em menos de quatro anos, por ai, transformou-se na motivação maior dos oposicionistas, carentes de discurso e de apelos maiores para conquistar o poder, dado o esvaziamento geral da oposição, durante a campanha eleitoral, quando se revelou incapaz de conquistar a opinião pública com projeto de governo capaz de abrir novas expectativas e perspectivas como alternativa popular.
Perdeu feio nas urnas e se perdeu no Legislativo, onde virou minoria que sangra com a fuga de seus integrantes para outros partidos, como o PSD, parido do DEM, sob comando do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, cuja proposta é a de virar governo, saindo do jogo oposicionista, no país dos espertos que não sabem se movimentar como verdadeira oposição.
Que moral tem os oposicionistas que se movem, agora para detonar Palocci, argumentando que ele ganhou rios de dinheiro como consultor enquanto esperto aproveitador da sua proximidade do poder para exercitar esse papel altamente rentável? A experiência da esperteza dos que tiveram a oportunidade de ser governo para explorar as vantagens oferecidas pelas informações privilegiadas é uma norma e não uma exceção no capitalismo movido a moeda papel emitida sem lastro pelo Estado gerando compras de mercadorias improdutivas sem aumentar a oferta a fim de salvar os setores produtivos que, no sistema capitalista, tendem à deflação, no compasso do aumento da eficiência e da produtividade.
Não há inocentes, há, sim, cinismo. O argumento de Palocci é puro cinismo, sem dúvida. Ele fez, como disse, o que fizeram antecessores seus, quando estiveram no seu lugar, ou seja, no topo do poder, saindo de lá grávido de informações especiais, valiosas. Repetiu o mesmo blá, blá, blá utilizado pelo ex-presidente Lula para tentar salvar o PT do mensalão, ao afirmar que a utilização do dinheiro do caixa dois não era nada demais, sabendo que todos lançaram mão dessa jogada.
Quem perde a majestade, transforma-se em vira-lata qualquer. Palocci acumulou informações que valem ouro, quando ministro da Fazenda do Governo Lula, se enriqueceu, depois que saiu do cargo, com sua empresa, a Projeto, realizando consultorias, desativou-a, temporariamente, ao retornar ao Governo Dilma, e, certamente, amanhã, a empresa poderá ser reativada, depois de deixar o cargo, para continuar realizando o mesmo jogo, normal, que todos fazem, por que eu , também, não posso, como faz, agora, meu amigo José Dirceu? Palocci expôs a lógica explícita de que o poder enriquece quem dele participa, sem fazer força, apenas, traficando informações. E os seus colegas de governo que dispõem de empresas de consultoria que estão ainda ativadas com os personagens nos seus respectivos cargos, como relata, hoje, o jornal O Estado de São Paulo? A distância entre essa prática e a corrupção dos valores pode ser considerada extremamente tênue. Terremoto sobre o Planalto à vista.
Traficantes de informações
O todo poderoso Talleyrand, o diplomata da burguesia napoleônica, tornou-se, no seu tempo, o homem mais rico de Paris, exercitando, no poder e fora dele, as famosas consutorias, tanto para os setores privados franceses, como para os reis de toda a Europa que tentavam se safar das garras de Napoleão, empenhado em varrer do continente europeu as monarquias para colocar no lugar delas o poder burguês e com ele sua própria moeda, emitida pelo Estado para mudar os pressupostos do regime político, econômico e social. Grávido das mais fantásticas informações dos bastidores do poder europeu, Talleyyrand, um gênio tão temido como o próprio Napoleão, acabou se transformando no modelo ideal dos consultores que se espalhariam pelo mundo afora, com a ética segundo a qual vale ganhar muito dinheiro como traficante de informações, como fêz Palocci, logo depois que deixou o governo Lula, demonstrando ser excelente aluno do grande diplomata burguês. Falando nisso, qual a diferenca entre traficante de informações e traficante de drogas? O que dá mais dinheiro?
O espelho dos políticos tupiniquins vem dos exemplos praticados pelos comandantes das sociais democracias européias e americana e muito antes delas o jogo da exploração da influência se deu à larga, ao longo da história, com os personagens mais destacados do mundo político, diplomático e empresarial, permeando os mais altos cargos do poder. É ético? Não é ético? A natureza do regime capitalista no qual mandam os interesses ligados à reprodução ampliada do capital especulativo, fictício, nas economias monetárias, onde o dinheiro é emitido pelo governo sem lastro para dinamizar as atividades produtivas, demonstra que a norma é o jogo da influência como propulsor dos grandes negócios.
A burguesia, nas economias monetárias, livrou-se, durante o século XX, da canga da monarquia, que a explorava, cobrando altos impostos, para sustentar as guerras de expansão monárquica dos grandes reinos. A Inglaterra que o diga, tornando-se o poder global no século XIX. Mediante padrão ouro os reis impunham a reprodução do capital a partir do interesse expansionista, com a burguesia pagando ao reinado um grande pedágio. Os aristocratas, nesse contexto, tinham o jogo da influência ao seu dispor.
Quantos Palocci existiram em tais circunstâncias? Milhares, milhões, ao longo dos séculos. Talleyrand, o diplomata de Napoleão, como escreve, magistralmente, E. Tarlé, em “Um diplomata da burguesia em ascensão”, Civilização Brasileira, 1965, tornou-se o homem mais rico de Paris, na era napoleônica. Cobrava consultoria dos reis que Napoleão ia dominando pela Europa afora. Suas majestades iam a cidade luz conversar com o chefe, mas , antes, tinham que deixar algum na caixinha de Talleyrand. Quando a burguesia conquista o poder central, o que ocorre, no século XX, principalmente, depois da crise de 1929, ela se livra da moeda monárquica, sob padrão ouro, e coloca em cena sua própria moeda, a moeda papel. Livra-se do equilibrismo orçamentário monárquico.
O ouro, como diz Keynes, vira relíquia bárbara. Se havia dominado o poder, por que os burgueses teriam que continuar pagando pedágio ao rei, em vez de emitir sua própra moeda, para, com ela, puxar a demanda global? Os novos consultores do Estado emissor se livrariam das fiscalizações dos reinados dominados pelas preguiçosas aristocracias dos punhos de renda. Outros, com o perfil dos Palocci, ocupariam seus lugares a fim de continuarem os exercícios das ricas consultorias.
PT mergulhou no poço sem fundo
Como Palocci, Rui Barbosa, quando exerceu o cargo de primeiro ministro da Fazenda do governo republicano atuou como grande consultor de empresas privadas. Suprimiu o padrão ouro e tornou-se adepto das emissões monetárias sem lastro que impulsionaram especulações desenfreadas cuja consequências foram bolhas especulativas que acabariam implodindo a economia e promovendo fugas de capitais, enquanto o governo era obrigado a se render ao domínio da banca internacional. Como grande consultor privado, o baiano cabeçudo Águia de Haia acabaria se transformando, como grande jurista, economista e jornalista, num dos homens mais ricos do seu tempo. Hoje é considerado exemplo de patriotismo, embora fosse jogador dos interesses dos banqueiros internacionais.
No Brasil, quem entendeu, maravilhosamente, bem o papel do jogo monetário burguês, gerador de consultores paridos dentro do próprio poder, para servir à burguesia, foi o grande jurista Ruy Barbosa. Transformou ele num dos maiores especuladores no início da República, quando as economias periféricas estavam todas endividadas junto aos grandes banqueiros ingleses, que financiavam especulativamente pelo mundo afora a construção das ferrovias.
Marx alertou para tal especulação com o que denominou de dinheiro ferroviário. Eram os derivativos da época. Como primeiro ministro da Fazenda do primeiro governo republicano(1889-1890), Barbosa rompeu com o padrão ouro, partindo para a promoção da moeda emitida pelo governo sem lastro, inaugurando o encilhamento. De posse das informações ultra-privilegiadas que dispunha, alcançou, na tarefa de priorizar uma política de industrialização, uma riqueza extraordinária, transformando num dos homens mais ricos do Brasil, cercado de especuladores por todos os lados. Grande consultor privado, foi professor de muita gente.
Palocci está aí mesmo para comprovar. Homem rico, depois do exercício do poder e de volta a ele, manda prá burro no Governo Dilma. Barbosa, a Águia de Haia, por conta da sua inteligência fabulosa , da sua esperteza idem etc, contribuiu para gerar muitas riquezas fictícias, assim como acabou despertando ódio dos militares relativamente a ele, fato que o impediu de alcançar o seu grande sonho, o de chegar à Presidência da República. Quem quiser saber maiores detalhes sobre a história da corrupção praticada no tempo do ex-ministro da Fazenda do primeiro governo republicano não pode deixar de ler “Os cabeças-de-planilha”, de Luis Nassif, Ediouro, 2007.
Tremendo mergulho competente nas hostes do poder neoliberal vigente na Era FHC, onde o ensinamento barbosiano foi de muita utilidade no poder neorepublicano submisso ao Consenso de Washington. Muitas consultorias tal poder propiciaria. Não seriam, portanto, os integrantes do PT os que iniciaram a prática das consultorias milionárias, é claro, mas, assim que chegaram ao poder, os petistas se renderam aos financiamentos de campanha, aos caixas dois da corrupção eleitoral e, desde então, deixaram de ser as vestais que antes pontificavam como oposicionistas, prontificando, com seu grande poder de mobilização, a produzir as campanhas fiscalizatórias que infernizavam os governos.
Chegaram ao poder e viraram a casaca. Querem, agora, os oposicionistas que ontem foram governo destruir Palocci e, também, o ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil. Este, no primeiro mandato do presidente Lula, todo poderoso, depois de defenestrado pelo mensalão, acabaria se transformando, igualmente, num grande consultor de empresários com negócios altamente lucrativos nas esferas mais altas do poder.
Banqueiro de calça curta
Diretor do Banco Central, na Era Colllor, quando, depois de trabalhar com o megaespeculador George Soros, atuou para abrir as porteiras internas para o capital especulativo internacional, Armínio Fraga ocuparia a presidência do BC para comandar a sobrevalorização do real que levaria a taxa de juros a 45%, na Era FHC, levando o país à bancarrota em 1997-1998, favorecendo à larga a bancocracia. Depois, fora do governo, transformou-se num grande consultor, no auge da financeirização econômica global, arregimentando fundos de investimentos, que seriam favorecidos pelas decisões que havia tomado de arreganhar as portas aos especuladores. Agora, com Dilma, Tombini tenta fechar as porteiras aos fluxos de capital que ameaçam a estabilidade interna. Grande consultor esse Armínio.
Onde estão hoje os ex-ministros e ex-presidentes do Banco Central do Governo FHC? Nos conselhos de administração dos grandes bancos privados que faturam em cima da mais alta taxa de juro do mundo que eles enquanto ministros produziram, assegurando lucratividades anuais superiores a 25%, enquanto o PIB cresce em média 5%, 6% e olhe lá. Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda; Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central; Fernão Bracher, ex-presidente do BC(governo Sarney); Edmar Bacha, ex-presidente do BNDES; Mailson da Nobrega, ex-ministro da Fazenda; Affonso Celso Pastore (governo Figueiredo), ex-presidente do Banco Central, todos estão hoje na oposição, atacando a política monetária adotada pelo BC sob comando de Dilma Rousseff, muito bem postados, dando consultorias milionárias aos grandes bancos etc. São os filhotes de Talleyrand e de Ruy Barbosa. Nada de novo sob o sol.
Onde estão as investigações da grande mídia, para medir o avanço dos ganhos desses senhores que ontem eram todos-poderosos no governo e que continuam, atualmente, todos-poderosos no setor privado, ocupando os espaços privilegiados da grande mídia para veicular o pensamento neoliberal? Os líderes da oposição, nesse instante, como ienas insaciáveis, buscam motivações para bombardear o ministro da Casa Civil por ter sido consultor, quando todos os assessores desses líderes, enquanto foram governos, praticaram o mesmo jogo.
Repete-se na periferia do capitalismo o que ocorre no capitalismo cêntrico. Os principais assessores econômicos do presidente Barack Obama sairam de Wall Street, o centro financeiro mais poderoso do mundo. Depois vão para o mercado, cheio de informações, faturarem bilhões. Do mercado para o governo, do governo para o mercado.
Orgia total. A burgueia financeira, no comando das economias monetárias, impulsionadas pela moeda papel, fictícia, levou o capitalismo ao buraco com a expansão extraordinária da especulação por conta da desregulamentação bancária, demonstrando, à larga, que Lenin estava com a razão quando descreveu “Imperialismo, etapa superior do capitalismo”, em 1922, prevendo a financeirização econômica global especulativa que suprimiria o padrão ouro, livrando os burgueses do equilibrismo orçamentário como freio à emissão de moeda e dinamização dos negócios em regime de oligopolização crescente. Sob o poder burguês em que a moeda passa a ser emitida sem lastro o estado emissor vira capital. Quem o comanda o torna expressão do poder de quem domina o capital.
Os comandantes desse Estado emissor de moeda ficitícia, destituida de valor-trabalho, colocam em cena os personagens poderosos que se transformam em consultores privados quando deixam os governos. O Estado capital vira poder sobre coisas e pessoas. Palocci estava em seu elemento, como estão José Dirceu, Malan, Arida, Mailson, Pastore, Loyola. Estes são os filhotes que se transformam , como dizia Lauro Campos, em banqueiros de calças curtas.

Campanha "Salve o CRAV - Centro de Referência Audiovisual de BH"

Caras e caros amigos, como solicitado por alguns, envio nesta mensagem um texto que pode ser copiado, o ideal é que cada um expresse por suas próprias palavras, mas para aqueles que estão sem tempo para tal, sintam se a vontade para usarem este. Abaixo do texto envio também os emails do prefeito de BH e da Presidente da Fundação Municipal de Cultura de BH, além do de todos os vereadores de BH. A situação do CRAV(Centro de Referência Audiovisual de BH) é a seguinte: O Centro exige um conhecimento técnico especifico para a conservação e principalmente para a restauração do acervo, e no momento, o CRAV tem apenas estagiários tomando conta deste, o que é extremamente preocupante. Desde que a atual administração municipal assumiu, a mais de dois anos, os responsáveis por estas funções foram desligados por não serem concursados, uma questão administrativa, no entanto, esses não foram substituídos. E a fundação municipal de cultura não demonstrou nenhuma atitude neste sentido, pois não tem previsto concurso para preencher essas vagas. Segundo informações que levantei, algumas das câmaras climatizadas, não estão em funcionamento, o que pode comprometer permanentemente o acervo. Sendo assim, solicito o apoio de todos no sentido de revertermos essa grave situação. Peço a todos que enviem alguns emails para as autoridades competentes, no intuito de alertá-los e pressioná-los.

Não deixem de enviar os emails, só incomodando conseguiremos algum retorno positivo. Mais uma vez agradeço a todos que participam. Um forte abraço.

Venho através desta mensagem explicitar a minha indignação e o meu descontentamento para com a atual gestão da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, na figura do prefeito eleito, Sr. Márcio Lacerda, e da Presidente da Fundação Municipal de Cultura, Sra. Thaís Velloso Cougo Pimentel, ao que concerne ao tratamento dado ao Centro de Referência Audiovisual de Belo Horizonte(CRAV), que se encontra, desde o início da atual administração, em situação de abandono. Gostaria de salientar que em tal instituição encontra se depositado o que há de mais rico e precioso em matéria de audiovisual, relativo à história da capital e de seus cidadãos. Dentro de suas câmaras a memória da cidade de Belo Horizonte se esvai por completo descaso das autoridades competentes. Tal atitude reflete a política cultural da atual administração, que nem sequer possui um plano de ação efetivo para a cultura, e vem sofrendo duras críticas por parte da sociedade e do setor cultural. Assim sendo, imbuído do direito a mim imputado como cidadão Belo-Horizontino, exijo a imediata reestruturação do CRAV e do seu retorno ao pleno funcionamento, no sentido de preservar e recuperar material de valor inestimável para a memória de nossa cidade. Cabendo a aqueles que se furtam deste dever, de entrarem para história, como responsáveis pela perda de parte desta.


Email do prefeito de BH(Márcio Lacerda):

gabpref@pbh.gov.br

Eamail da Presidente da Fundação Municipal de Cultura (Thaïs Velloso):

pfmc@pbh.gov.br

Emails dos vereadores de BH:

ver.adrianoventura@cmbh.mg.gov.br; ver.albertorodrigues@cmbh.mg.gov.br; ver.alexandregomes@cmbh.mg.gov.br; ver.arnaldogodoy@cmbh.mg.gov.br; ver.autairgomes@cmbh.mg.gov.br; ver.brunomiranda@cmbh.mg.gov.br; ver.cabojulio@cmbh.mg.gov.br; carlucio@cmbh.mg.gov.br; ver.chambarelle@cmbh.mg.gov.br; ver.danielnepomuceno@cmbh.mg.gov.br; ver.divinopereira@cmbh.mg.gov.br; ver.edinhodoacougue@cmbh.mg.gov.br; ver.elainematozinhos@cmbh.mg.gov.br; ver.geraornelas@cmbh.mg.gov.br; ver.geraldofelix@cmbh.mg.gov.br; ver.gunda@cmbh.mg.gov.br; ver.heleno@cmbh.mg.gov.br; ver.henriquebraga@cmbh.mg.gov.br; ver.hugothome@cmbh.mg.gov.br; ver.iranbarbosa@cmbh.mg.gov.br; ver.joaolocadora@cmbh.mg.gov.br; ver.joaooscar@cmbh.mg.gov.br; ver.joelmoreira@cmbh.mg.gov.br; ver.leoburguesdecastro@cmbh.mg.gov.br; ver.leonardomattos@cmbh.mg.gov.br; ver.marcioalmeida@cmbh.mg.gov.br; ver.marialscarpelli@cmbh.mg.gov.br; ver.moamedrachid@cmbh.mg.gov.br; ver.neusinhasantos@cmbh.mg.gov.br; ver.pablito@cmbh.mg.gov.br; ver.paulinhomotorista@cmbh.mg.gov.br; ver.preto@cmbh.mg.gov.br; ver.pricilateixeira@cmbh.mg.gov.br; ver.eliasmurad@cmbh.mg.gov.br; ver.pretosacolao@cmbh.mg.gov.br; ronaldogontijo@uai.com.br; ver.sergiofernando@cmbh.mg.gov.br; ver.silviahelena@cmbh.mg.gov.br; ver.silvinhorezende@cmbh.mg.gov.br; ver.tarcisiocaixeta@cmbh.mg.gov.br; ver.toninhopinheirodavilapinho@cmbh.mg.gov.br;

Justiça terá de definir futuro de área ocupada por famílias

Ministério Público sustenta que negócio é irregular e causou dano ao patrimônio público

Amália Goulart - Repórter - 24/05/2011 - 04:15 Hoje em Dia

MAURÍCIO DE SOUZA

Anastasia: "Temos de ver o desdobramento da ação judicial"
O governador Antonio Anastasia (PSDB) não irá tomar providência para reverter a situação de 144 famílias que ocupam um terreno de quase 10 mil metros quadrados na capital. O Ministério Público (MP) sustenta que o local, situado no Bairro Jatobá, na região do Barreiro, foi alvo de transações irregulares que causaram danos ao patrimônio do Estado. Uma ação civil pública está em trâmite no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) com valor da causa de R$ 1 milhão.

Na segunda-feira, Anastasia disse que irá esperar a decisão do juiz da 1ª Vara da Fazenda estadual. "Se está havendo uma ação judicial, temos de aguardar", afirmou. O governador admitiu que não tem conhecimento amplo a respeito do caso. "Não conheço o problema em detalhes, mas, certamente, a Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) vai fazer essa avaliação com a área jurídica do Governo, a Advocacia Geral do Estado. Mas se há uma ação judicial, temos de ver o desdobramento dessa ação judicial", reiterou ao ser questionado sobre a possibilidade de o Governo decretar a nulidade do contrato de compra do terreno.

O lote foi alvo de uma transação feita pela antiga Companhia Distritos Industriais de Minas Gerais (CDI), que foi incorporada pela Codemig. Em 1992, o terreno foi vendido à empresa Borvultex Comércio e Indústria Ltda. Segundo o MP, a compra foi efetuada sem licitação com uma cláusula contratual que previa a construção de um distrito industrial em até 24 meses. Nenhum empreendimento foi erguido e a empresa repassou o lote a Vitor Pneus por R$ 141.817,80. De acordo com os promotores, a Codemig atuou no negócio como interveniente. Recebeu R$ 14.181,78, o que representou 10% do valor da venda. Novamente, o negócio foi feito sem licitação. Uma cláusula semelhante propunha a construção de um novo distrito industrial, o que também não foi feito. Em 2008, as famílias invadiram o terreno. Construíram moradias precárias que hoje formam a comunidade Camilo Torres.

O MP processou a Codemig, o presidente Oswaldo Borges da Costa Filho e as empresas envolvidas. Quer que reparem o dano ao patrimônio e que o negócio seja desfeito. Segundo o advogado Fábio Alves, que presta assessoria jurídica voluntária às famílias pela Pontifícia Universidade Católica, se o Estado quiser, pode decretar a nulidade dos contratos, já que figura como réu na ação.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

DESTRUIÇAO DA MATA DO PLANALTO?

Agora só depende de você, de todos nós!

Você está convidado a participar da Audiência Pública, a ser realizada dia 08 de junho, quarta-feira, às 13:00h, no COMAM - Conselho Municipal de Meio Ambiente - para aprovação da Destruição da Mata do Planalto, para construção de 16 prédios de 15 andares com 760 apartamentos de luxo, isso só na “1ª fase do projeto”.
Está aí um grande desafio: comparecemos todos lá nessa Audiência Pública do COMAM – Av. Afonso Pena, nº 4000, 19º andar, para protestar e dizer NÃO a essa absurda Licença Prévia, para a Construtora Rossi Emprendimentos.
É muito importante, que todos tomem conhecimento e compareçam em massa, para que essa pauta seja novamente adiada ou que, se votada, seja rejeitada pelo COMAM. O Ministério Público já expediu RECOMENDAÇÃO ao COMAM e ao prefeito Márcio Lacerda alertando que não seja concedido o licenciamento ambiental. Os princípios constitucionais da precaução e da cautela devem ser respeitados nesse caso.
Os transtornos, os prejuízos e a desvalorização dos imóveis serão conseqüências iniciais e outras virão, com certeza.
Tudo vai depender de você e de todos nós juntos, unidos, organizados e na luta no auditório do COMAM, no dia 08 de junho às 13 horas, para juntos protestarmos e evitar que a Mata do Planalto venha abaixo e ceda o lugar para a construção de 16 prédios com 780 apartamentos de luxo. Isso num primeiro momento, pois depois insistirão em construir prédios até dizimar a última árvore da Mata do Planalto.
O Ministério Público, através do oficio 702/PJMA/11, de 10 de março de 2011, enviou ao Sr. Prefeito da Capital e ao Presidente do COMAM uma RECOMENDAÇÃO contendo 16 páginas contra a destruição da Mata do Planalto.
O Grupo GESTA/UFMG elaborou um parecer sobre o EIA-RIMA mostrando que a devastação ambiental e consequências sociais dramáticas acontecerão caso a Mata do Planalto seja devastada.
Aqueles que se omitirem ou deixarem de comparecer em breve poderão se arrepender amargamente, principalmente, os moradores da Granja Verde e os moradores mais próximos da Mata.

Ônibus especial: Saída às 12h.
Local: Avenida Christiano Guimarães (Shopping Planalto, no Bairro Planalto). Em frente à drogaria Araújo.
Valor: Aproximadamente 10 reais

Cf. mais informações no pequeno texto, abaixo.

CONTATOS:

Magali: (31) 9671-6406 / (31) 3495-1271
ACPAD: (31) 3055-3084 / (31) 8857-9949,
Capitão Firmino, tel.: 031 3411-1822
Frei Gilvander Moreira: (31) 9296 3040.

ORGANIZAÇÃO:

ACPAD – Associação Comunitária do Planalto e Adjacências
AMACOR – Associação dos Moradores e amigos do Coração Eucarístico
ANDEMAS – Associação Nacional de Defesa do Meio Ambiente Sustentável
Associação do Bairro Vila Clóris

“Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tiago 4:17)

Conheça mais sobre a Mata do Planalto, acesse os endereços eletrônicos abaixo e junte-se a nós:
www.matadoplanalto.blogspot.com - http://twitter.com/matadoplanalto
www.salvematadoplanalto.nafoto.net - www.google.com (digite Mata do Planalto)

MATA DO PLANALTO, um oásis ameaçado de extinção
Frei Gilvander Moreira[1]

Conhecida como “Mata do Maciel”, a Mata do Planalto, situada no bairro do Planalto, em Belo Horizonte, MG, tem cerca de 300 mil m² (equivalente a 30 campos de futebol, ou seja, 30 hectares ). Trata-se da última área verde da região norte de Belo Horizonte; está ameaçada de extinção. Dentro da Mata do Planalto e ao seu redor o clima fresco predomina em diâmetro de vários quilômetros. Quem caminha rumo à Mata sente a mudança do clima. Quanto mais perto da mata mais fresco fica o clima. Quanto mais distante mais calor. Sinal de que a devastação da mata alterará sobremaneira o clima na região e em Belo Horizonte.
A Construtora Rossi pretende edificar 16 prédios com 15 andares cada; 760 unidades residenciais (de 2 e 3 quartos ); 1.016 vagas de estacionamento e 115.140,96m² de área. Isso no primeiro projeto. É claro que após a construção dos 760 apartamentos, outros projetos serão apresentados para a construção sobre o que restar da Mata. Se licenciada, a construção durará quatro anos e deve causar um aumento de aproximadamente quatro mil pessoas da população local. Infernal tráfico de caminhões, devastação ambiental, poluição e muitos conflitos sociais.
Como um pequeno Davi, a Mata do Planalto resiste há décadas à fúria das construtoras e do capital. Como mandacaru, lá ainda 20 nascentes resistem, entre as quais a que dá origem ao Córrego Bacuraus, que deságua no Ribeirão Isidoro, que cai no Rio das Velhas, bacia do rio São Francisco. O biólogo Iury Valente Debien, após estudar a biótica da Mata do Planalto, atesta que é um dos últimos fragmentos urbanos de mata nativa da capital mineira. “Sua destruição vai gerar modificações ambientais e acelerar mudanças climáticas. É imprescindível para Belo Horizonte manter e valorizar esse patrimônio incluído no Vetor Norte”, defende o biólogo, lembrando que a Mata é habitat de um grande número de pássaros, répteis, anfíbios e mamíferos. No mapeamento que fez, o biólogo Iury identificou 20 nascentes na área. Certamente há muitas nascentes. “Se a Prefeitura autorizar a obra, estará sendo cúmplice de um crime ambiental, que afetará não só a qualidade de vida dos moradores do bairro, mas também a de toda a cidade”.
Davi venceu Golias, porque conheceu muito bem a si mesmo e o inimigo. Quem é a Construtora Rossi? Na audiência pública, um diretor da empresa disse, querendo tranqüilizar o povo do bairro Planalto, que “não iria trazer para o bairro um empreendimento estraga bairro” O que queria dizer é que os apartamentos seriam acima de 300 mil reais e, por isso, inacessíveis aos pobres. Como um grande Golias, a construtora Rossi está presente em 17 estados brasileiros, em 78 cidades e planeja expandir para 120 localidades até o final de 2011. Em Minas, está presente em Belo Horizonte, Betim, Juiz de Fora e Uberlândia e Nova Lima. No segundo trimestre de 2010, o lucro líquido da Construtora Rossi mais do que dobrou e alcançou 109 milhões de reais, crescimento de 114% em relação ao segundo trimestre de 2009[2]. Ao lado da grande construtora Direcional, a poderosa Rossi já prepara projetos para a região do bairro Isidoro, imensa área na vizinhança da Cidade Administrativa de Minas, que é considerada a nova fronteira da expansão imobiliária da capital mineira, com potencial para a construção de mais de 70 mil unidades residenciais.
Na construção do Residencial Bothanique, em Nova Lima , MG, a Construtora Rossi foi condenada pelo Ministério Público a pagar hum milhão de reais de multa, porque os esgotos de seus funcionários estavam sendo lançados sobre uma nascente. Mentiu também ao tentar enganar a administração pública construindo acima do permitido legalmente. Mas o povo novalimense se rebelou e exige a demolição do excedente de construção.
Enfim, a Construtora Rossi é um Golias, que serve ao ídolo capital. Mas a luz e a força divina presentes na biodiversidade da Mata do Planalto, no povo dos bairros circunvizinhos e em tantas pessoas de boa vontade irão impedir que a Rossi roce a Mata.
Em tempo, a Construtora Rossi contratou outra empresa que está fazendo propaganda enganosa tentando seduzir o povo da região metropolitana de Belo Horizonte. Funcionários de uma empresa chamada “Rede de Mobilização Social” estão telefonando para todas as famílias da região metropolitana tentando convencer o povo de que o absurdo, que é devastar a Mata do Planalto, possa ser algo tolerável.
Para mais informações, consulte www.matadoplanalto.blogspot.com


[1] Padre carmelita, mestre em Exegese Bíblica , professor do Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos e Gestão das Pastorais Sociais no Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA -, em Belo Horizonte; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br – www.gilvander.org.br – www.twitter.com/gilvanderluis

[2] Fonte: Revista Engenharia, SP, 17/08/2010.

Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.

NOTA PÚBLICA DE REPÚDIO AO DESPEJO NO ES

DO DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES (DCE) DA UFES

Nota Pública

O Diretório Central dos/as Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (DCE-UFES), entidade que representa os/as estudantes desta universidade, repudia com veemência a ação terrorista do estado capixaba contra a ocupação urbana localizada em Barra do Riacho (Aracruz-ES), através da Polícia Militar, sob comando superior e responsabilidade do governador Renato Casagrande.
Esse episódio lembra os períodos mais obscuros da história do Brasil. As crianças, os/as idosos/as, as grávidas, os/as trabalhadores/as, os/as portadores/as de deficiência física, todos/as pobres e quase todos/as negros/as, foram reprimidos violentamente por parte da força policial. Ao lado dos que lutavam para conquistar seu direito constitucional pela moradia, estavam defensores dos direitos humanos, estudantes da UFES e militantes de movimentos sociais, todos/as recebidos com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, violência física e simbólica. Prestamos nossa solidariedade irrestrita às vítimas desta ação do estado capixaba, especialmente a família da cozinheira Santa Peçanha, que morreu por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) depois de ver sua casa ser destruída com todos os seus pertences dentro.
Neste momento 1600 famílias não têm para onde ir e estão alojadas precariamente numa quadra de esportes, sob ameaça constante da Prefeitura da Aracruz (comandada por Ademar Devens) de serem jogados na rua, pois não têm aonde ir.
Essas centenas de pessoas tinham casa, água, comida e vestuário. E, por causa da ação criminosa do Governador Renato Casagrande, agora são centenas de famélicos, desabrigados e descamisados. O DCE-UFES EXIGE que o Governador faça um pronunciamento público sobre esse episódio e garanta moradia e todos os meios de subsistência das vítimas.
Governador Casagrande, movimento social não é caso de polícia!
Lutar por direitos não é crime!

Diretório Central dos Estudantes
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NOTA do Partido Socialismo E Liberdade - PSOL - de ARACRUZ

O DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE - PSOL vem a público repudiar os atos de violência que foram praticados pela tropa da Polícia Militar contra os moradores do Assentamento Nova Esperança, que cumprindo ordem judicial de reintegração de posse a requerimento do prefeito Ademar Devens, cometeu excesso na atuação, aterrorizando os moradores que não oferecerem resistência compatível com a força militar empregada, desferindo tiros de borracha nos moradores, lançando bombas de efeito moral e usando de truculência desproporcional e desnecessária contra uma comunidade indefesa e na qual estavam presentes inúmeras crianças, adolescentes idosos, mulheres e até deficientes físicos, ocasionando ferimentos em diversas pessoas.
O PSOL ARACRUZ repudia com mais veemência a falta de diálogo entre o poder público municipal e a comunidade, pois o prefeito Ademar Devens não ofereceu aos moradores nenhuma alternativa além do aparato militar sem precedentes no município e o total abandono após a desocupação, eis que a prefeitura não forneceu aos desabrigados alojamento provisório, colchões, cobertores, alimentação e sequer água filtrada, obrigando as famílias a se alojarem com seus filhos numa quadra de esportes sem as mínimas condições de dignidade e cidadania.
O PSOL ARACRUZ repudia também a conivência do governador Renato Casagrande, que disponibilizou ao prefeito Ademar Devens um aparato militar de guerra para combater pessoas pobres e indefesas, bem como a posição passiva do deputado estadual Marcelo Coelho, que apesar de ser nascido e criado no distrito de Barra do Riacho e de ocupar a privilegiada posição de líder do governo na Assembléia Legislativa, não buscou junto ao governo do estado medidas diferentes das que foram tomadas.
O saldo da grandiosidade da operação militar para desocupar a comunidade de Barra do Riacho é compatível com a incompetência de uma gestão municipal que só tem interesse em fomentar o desenvolvimento econômico,doando terras públicas para grandes investidores, relegando ao descaso as políticas de desenvolvimento social, pois apesar da mídia corporativa e do prefeito Ademar anunciarem que o município de Aracruz oferece quinze mil vagas de emprego, omitem, de propósito, que não existe planejamento estratégico e políticas públicas nas áreas de saúde, educação, segurança e habitação e que esse falso marketing contribui de modo decisivo para que trabalhadores de todo o país venham para Aracruz com suas famílias, atraídos pelas promessas de desenvolvimento, para, posteriormente, serem “deportados” pelo município para seus locais de origem.
O PSOL ARACRUZ espera que outras comunidades sejam preservadas de igual violência física e moral, pois o resultado desse aparato só serviu para provar que é assim que funciona o governo “social” de Renato Casagrande e a administração municipal que Ademar Devens prometeu colocar “no caminho do bem”.



DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSOL EM ARACRUZ
Gilberto Coelho
Max Cao Luiz
Gilcineia Soares
Wilson Quintão
Henrique Nossa
“Um novo partido, contra uma velha política”




NOTA PÚBLICA DO FEJUNES - Fórum de Juventude Negra do ES


Nota de repúdio contra a ação do BME em Barra do Riacho

O Conselho Regional de Serviço Social do Estado do Espírito Santo (CRESS-17ª Região) repudia a brutal violência de todas as autoridades na ação de desapropriação de terra realizada pelo Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar (BME) nessa quarta-feira (18), em Barra do Riacho, Aracruz.

A ação contou com atiradores de elite, helicóptero, cavalaria, BME, bombas de gás, tiros de borracha, gritos de guerra, tratores, ofensas, humilhações, ameaças.

Foram 400 homens da PM do ES em nome de uma reintegração de posse da prefeitura de Aracruz. “Do lado de lá” havia cerca de 300 famílias, aproximadamente 1.500 pessoas, dentre elas pelo menos 400 crianças.

Não houve diálogo e os moradores não tiveram tempo nem para retirar seus pertences de suas casas. Além disso, não foi disponibilizada assistência aos moradores que ficaram desabrigados.

Diante desse cenário de guerra, o CRESS-17 reafirma o compromisso dos assistentes sociais e desta entidade de classe com uma sociedade justa, igualitária e livre de todos os tipos de violência. E cobra das autoridades a mais rigorosa apuração dessa violência descabida e inaceitável.

Diretoria do CRESS-17ª Região/ES
Vitória, 20 de maio de 2011





NOTA PÚBLICA DA AGB - VITÓRIA/ Associação dos Geógrafos do Brasil


NOTA DE REPÚDIO em relação à violação do direito à moradia e remoção de famílias por parte do Estado em Barra do Riacho, município de Aracruz – ES

A AGB- Associação de Geógrafos Brasileiros – seção Vitória vem por meio desta nota, repudiar a ação do Estado que se comportou de maneira ditatorial (fascista) ao expulsar de forma violenta cerca de 1.500 pessoas em Nova Esperança, Aracruz - ES.

Cerca de 500 famílias ocupavam área pública da prefeitura do município desde meados de 2010. Sem nenhum diálogo, a polícia militar e o BME (Batalhão de Missões Espaciais) chegaram ao local com armamento pesado, cães, cavalos, helicópteros e tratores, atirando bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha em direção as crianças, mulheres e idosos, gerando desabrigados, feridos, pessoas em estado grave e até mesmo a morte de uma mulher, levando também as famílias a perder suas residências e pertences pessoais.

A ausência de uma política habitacional faz com que muitas famílias procurem alternativas de moradia em locais considerados “ilegais” pelo poder público. Pelo Brasil, devido aos grandes eventos previstos, como a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016), intensificam-se cada vez mais, os desalojamentos de milhares de famílias em várias comunidades nos estados sedes. Mesmo o Espírito Santo não sediando estes eventos, as desocupações de famílias têm sido realizadas de forma intensa e truculenta. Na semana passada, ocorreu a expulsão de dezenas de famílias no bairro Santo André em Vitória que ocupavam um prédio abandonado. No final do ano passado, dezenas de famílias foram despejadas na Serra (ES) de um conjunto habitacional abandonado por décadas. Portanto, vemos um processo de exclusão e repressão através do aparato policial e das políticas públicas dos governos municipais e estaduais que silenciosamente cometem ações desumanas.

De forma contraditória, a remoção em Nova Esperança ocorreu sob o argumento de que a área está prevista para construções de moradias populares através do Programa Minha Casa, Minha Vida. No entanto, sabemos que o verdadeiro interesse não é gerar moradia popular, mas atender as demandas especulativas do setor imobiliário numa das áreas que sofre grandes intervenções empresariais ligadas à Fibria (Aracruz Celulose), estaleiro Jurong, Nutrigás, Bragussa, entre outras.

A AGB cobra do poder público respeito à população e diálogo com o povo ao invés de balas de borracha, bombas e repressão. Lutar por moradia, que deveria ser um direito, acaba sendo transformado em crime. Ficam as questões: a luta por moradia assemelha-se a uma guerra? O povo deve ser combatido? É crime lutar por um direito reconhecido na constituição federal, que é a moradia digna?

Por uma política habitacional para o povo!

Justiça e solidariedade aos removidos e atingidos de forma covarde em Nova Esperança, Barra do Riacho, Aracruz – ES!

Vitória, 19 de maio de 2011.



Notícia do jornal - BRASIL DE FATO


Despejadas por violenta ação policial, famílias podem ser mandadas embora do município pela prefeitura de Aracruz.


20/05/2011
Da redação com agências.

Para retirar 330 famílias do loteamento Nova Esperança, no distrito de Barra do Riacho, no município de Aracruz (ES), a Polícia Militar (PM) realizou uma operação de guerra nesta quarta-feira (18). Foram mobilizados cerca de 400 policiais da Rondas Ostensivas Táticas Motorizada (Rotam), do Grupo de Apoio Operacional (Gao) e do Batalhão de Missões Especiais (BME). Usaram helicóptero, cavalaria, cachorros, tratores, bomba de gás, tiros de borracha e muita violência física e moral.
Assim, cerca de 1,6 mil ficaram desabrigadas e, agora, estão alojadas em locais improvisados, como escolas pública. Segundo a prefeitura, serão construídas 200 casas para famílias carentes na área desocupada. Quem se enquadrar nos critérios estabelecidos pelo programa "Minha casa, Minha Vida" - morar há mais de cinco anos no município, ter renda mensal de até três salários mínimos e ter família - poderá se cadastrar junto a Secretaria de Habitação. Entretanto, a solução encontrada pela prefeitura para as famílias que não são de Aracruz foi disponibilizar passagens rodoviárias para que retornem ao local de origem.
Na tarde desta sexta-feira, entidades de direitos humanos e movimentos de luta pela terra e moradia promoveram um ato no centro da capital, Vitória, e entregaram ao governador Renato Casagrande (PSB) o relatório da reintegração da área, feito pelo presidente da Comissão Estadual de Direitos Humanos (CEDH), Gilmar Ferreira.
O caso
A área pertence à prefeitura de Aracruz e a Justiça emitiu um mandado de reintegração de posse há cerca de seis meses. Porém, de acordo com os moradores, eles não receberam nenhuma ação de despejo e nunca foram procurados pela administração municipal para negociar.
A violenta ação policial chocou a comunidade. Até o CEDH foi tratado com agressividade. "Fomos recebidos com bombas de gás lacrimogênio. Posteriormente, nos disseram [polícia] que qualquer contato teria que ser feito pelo 190. Um desrespeito total!”, disse Arthur Moreira, membro do conselho.
De acordo com o militante do Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), Bruno Lima, outra conseqüência negativa da ação policial foi a morte de dona Santa da Silva Pessanha, na quinta-feira (19):
“Ela estava em casa na hora da ação e foi obrigada a sair do pelos policiais, quando começou a passar mal. Ela não foi autorizada a voltar para pegar seus remédios controlados para pressão alta. Quando a PM liberou e Dona Santa iria entrar na casa, retomaram os tiros e bombas. Passando mal, Dona Santa foi internada em estado grave no hospital de Aracruz, e morreu, resultado de um AVC”.
A habitação é um problema crônico no município de Aracruz, mesmo sendo esta região composta por empreendimentos de peso. Ali estão instaladas atividades da Petrobras, Fibria (ex-Aracruz Celulose), Nutripetro e Nutrigás. A menos de um ano, a prefeitura local doou um terreno avaliado em R$ 25 milhões para a construção do estaleiro da Jurong - gigante do setor naval com presença nos Estados Unidos, China, Cingapura e Oriente Médio.
Davi Gomes
O atual secretário de habitação de Aracruz, Davi Gomes é conhecido pela violência utilizada contra populações indígenas e quilombolas em conflitos que protagonizou a serviço da então Aracruz Celulose, em 2006. À época, Gomes era presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas de Madeira de Aracruz (Sintiema), posição que ocupou por 22 anos, até ser afastado pelos próprios trabalhadores em assembléia da categoria - decisão validada pela Justiça em janeiro deste ano.
Homens ligados ao Sintiema, liderados por Davi Gomes, atacaram violentamente índios que ocuparam o porto da ex-Aracruz (Portocel), em luta pela demarcação de terras na área da papeleira. Até o deputado e cadeirante Claudio Vereza.






Texto do Laerte Braga

A BARBÁRIE DA PM DO ESPÍRITO SANTO

Laerte Braga
No quesito barbárie a PM do Espírito Santo é ponta de linha. Horda de bárbaros.

Polícia Militar é uma excrescência. Polícia é uma instituição civil e como tal deve ser estruturada. É assim na maioria dos países ditos civilizados, até em alguns sob controle do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

No Brasil as PMs são guardiãs da propriedade privada – roubada ou não –, segurança de luxo de governadores estaduais e matilha contra o povo, a classe trabalhadora.

O que aconteceu em Aracruz no Espírito Santo se assemelha – guardadas as proporções e essas se referem aos armamentos usados – aos bombardeios com que a OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE – “liberta” a Líbia.

É só ir lá e olhar
http://www.youtube.com/watch?v=DQ7gM8rpzxU&feature=share
Ação animalesca de criminosos fardados e em nome de interesses de empresa privada, ilegais e predadores, contra cidadãos comuns, homens, mulheres e crianças.

Um ataque terrorista de uma força que, em tese, existe para garantir a lei.

Mas é claro que é assim. A lei deles, dos donos.

No estado, hoje propriedade de grupos privados, as manifestações contra a boçalidade da Polícia Militar – é comum a todas, varia em intensidade de um para outro estado, a cultura BOPE disseminada para alienar – trouxeram a público manifestações de repúdio da OAB – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –, do Sindicato dos Jornalistas e o pedido de providências imediatas ao governo do dito estado.

A mídia nacional, podre, comprada, sequer toca no assunto, ou se o faz, o faz em passant, afinal, há suspeitas que Ermírio de Moraes, o homem da ARACRUZ, seja um dos principais acionistas do antigo Espírito Santo e isso complica as coisas. É dele e seus parceiros que sai a grana.

Como não fala nas manifestações imensas na Espanha, à semelhança do que ocorre em países árabes, exigindo mudanças drásticas e radicais no modelo político, econômico e social, antes que o país se dissolva em armas nucleares que guarda para o conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Espanhóis começam a perceber que a Comunidade Européia é adereço do conglomerado terrorista. Os países membros estão sendo dissolvidos sem bater.

É essa a mídia que temos, ou a chamada grande mídia.

Vai das denúncias que beiram a inconseqüência – a cara de repulsa de William Bonner varia em função do comunicado do departamento financeiro sobre a verba para a denúncia, chamam de patrocínio – a omissão sobre boçalidades em nome do “progresso” – deles – e de todo o resto que, eventualmente, possa contrariar os interesses que representa.

O jornalista William Waack, preferido de Hilary Clinton para análises e relatórios políticos, fez um malabarismo impressionante dia desses num programa da GLOBONEWS para dizer que financiamento público de campanha imobiliza partidos e o financiamento aberto, a partir de empresas privadas promove o crescimento dos partidos.

Deve ser do balanço via doações de bancos, grandes empresas, etc, etc. o jeito simples de comprar. Comprar mandatos de deputados, senadores, governadores, financiar redes de tevê, revistas e jornais.

O grande negócio do marketing político.
Qualquer problema chama a PM do Espírito Santo. É o mais próximo que existe no País se comparada com organizações terroristas internacionais.

Juventude Negra repudia operação de despejo em Aracruz

O Fórum Estadual de Juventude Negra do Espírito Santo repudiou com veemência a operação feita pelo Batalhão de Missões Especiais (BME), ocorrida nesta quarta-feira (18), em Barra do Riacho.

A Operação foi executada para o cumprimento de um mandato judicial de um processo de reintegração de posse movido pela Prefeitura de Aracruz contra as famílias que residiam no loteamento Nova Esperança, no distrito de Barra do Riacho.

Segundo o Coordenador do Fórum, Luiz Inácio, os procedimentos utilizados pelo Batalhão de Missões Especiais (BME) afrontaram gravemente os direitos humanos. “Foi montado um verdadeiro cenário de guerra, totalmente desproporcional. Os policiais agiram com truculência e desrespeito aos direitos fundamentais daquelas pessoas. Além do Estado não garantir o direito à moradia adequada, ele reprime violentamente aqueles que se organizam para simplesmente ter um lugar para morar”, denuncia.

De acordo com relatos, alguns moradores foram impedidos de pegar documentos, remédios e até mesmo alguns utensílios domésticos. Na Operação foi utilizado helicópteros, atiradores de elite, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Teve registro de pessoas feridas.

“Parece que o Governo ver o povo negro e pobre como inimigo. Acredito que a principal razão para que aquelas pessoas fossem tratadas daquela maneira, seja por conta de suas origens sociais e raciais”, protesta Luiz Inácio.

O Governo Casagrande até o momento não implementou a Lei 7.723/04 que institui políticas de promoção da igualdade racial e tão pouco iniciou diálogo com o Movimento Negro para discutir ações que possam reverter a realidade deste segmente. Historicamente os negros foram majoritariamente espoliados em diversas dimensões dos direitos sociais, inclusive no de moradia, como é o caso de boa parte das pessoas que foram despejadas em Aracruz.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Nova direção da CNBB: mais jovem, representativa e democrática

No último dia 9 de maio, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB realizou a sua 49ª Assembleia Geral, em Aparecida, São Paulo.
José Oscar Beozzo, teólogo, historiador da Igreja e coordenador-geral do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular - Cesep, enviou à IHU On-Line alguns pontos de destaque a respeito dos participantes da assembleia, analisando-os à luz dos encontros realizados anteriormente.
E afirma: "A nova direção tornou-se mais jovem e mais representativa da diversidade regional do país".
No encontro, os bispos reunidos elegeram a sua nova presidência, que ficou assim configurada:
Presidente: Dom Raymundo Damasceno Assis (MG) – Cardeal Arcebispo de Aparecida, SP
Vice-presidente: Dom José Belisário da Silva, OFM (MG) – Arcebispo de São Luís, MA
Secretário-geral: Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM (SC) – Bispo prelado de São Félix do Araguaia, MT
De acordo com as análises de Beozzo, em comparação com a presidência de 2007-2010, a nova direção contará com dois membros a mais, totalizando 16 prelados. Em termos de idade, a maioria dos prelados é da década de 1950 (oito) e 1940 (seis). Do total, 11 são diocesanos.
Eis a análise.
Regionais
Em relação à anterior presidência e Conselho Episcopal Pastoral - Consep, houve sensível melhoria na melhor distribuição da representação regional: de 7 subiram para 11 os regionais representados, enquanto os ausentes diminuíram de 10 para 6.
Quebrou-se a antiga preponderância de São Paulo, pois de 4 postos, ficou com apenas 1, enquanto Minas Gerais conservou os 3 lugares que detinha anteriormente.
Sozinhos, São Paulo (Regional Sul 1) e Minas Gerais (Leste 2) detinham 50% (7 de 14) dos integrantes da precedente direção da CNBB. Minas Gerais, com três representantes, ficou com a maior representação. Esta se encontra ainda ampliada pelo fato de terem nascidos em Minas Gerais três outros bispos: o vice-presidente, arcebispo de São Luís - MA, Dom José Belizário da Silva, OFM, assim como o presidente, Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida - SP, e o novo arcebispo de Campo Grande - MS, Dom Dimas Lara Barbosa. Cerca de 40% da nova direção são de bispos trabalhando em Minas Gerais ou de mineiros servindo noutros Estados.
Notável a mudança ocorrida em relação com o Nordeste que, de nenhum representante, saltou para cinco. Era gritante o fato de que o Nordeste todo – com cinco regionais, cobrindo nove estados e contando com 73 dioceses – não tivesse nenhum representante na direção anterior da CNBB.
Igualmente digna de nota a alteração ocorrida com os dois regionais do Oeste que, de nenhum representante, subiram para cinco. Deste modo, esses dois regionais, que estavam ausentes da anterior direção, contam agora com oito representantes na nova direção. Isso representa metade dela, pois, com a inclusão das duas novas comissões (Juventude e Comunicação), a composição da direção da CNBB aumentou de 14 para 16 integrantes.
Em contraposição, na presidência anterior, era igualmente gritante a ausência das regiões Oeste (Regional Oeste 1, Mato Grosso do Sul, com seis dioceses, e 2, Mato Grosso, com 10 dioceses e prelazias) e Noroeste do país (Regional Noroeste, com 7 dioceses), a região de maior dinamismo demográfico e econômico na última década.
As duas novas comissões ficaram com o Oeste 1 e, mais precisamente, com a Arquidiocese de Campo Grande - MS, pois os dois titulares são de lá: o novo arcebispo local, Dom Dimas Lara Barbosa, com a Comissão de Comunicação, e Dom Eduardo Pinheiro da Silva, SDB, seu bispo auxiliar, com a Comissão da Juventude.
Fato inusitado na história da CNBB é que o Leste 1, o Rio de Janeiro, antiga sede da entidade, não teve nenhum dos seus bispos eleitos para cargos de responsabilidade.
Religiosos
Embora continuassem sendo cinco os religiosos escolhidos, sua proporção diminuiu, visto que o número de comissões passou de 10 para 12 e, do total da direção, de 14 para 16.
O número de ordens e congregações, que era de cinco na presidência anterior, diminuiu para três, pois os franciscanos, ausentes na anterior direção, são agora três. As duas outras congregações com representantes eleitos – ao lado dos franciscanos (OFM) – foram a dos Missionários da Sagrada Família (MFS) e a dos salesianos (SDB). Na atual presidência, dois dos três postos são ocupados por franciscanos: a vice-presidência e a secretaria-geral.
Nacionalidade
Na anterior direção, havia apenas um bispo nascido fora do Brasil, Dom Eugênio Rixen, da Bélgica. Na atual, ao contrário, são três os bispos nascidos no exterior, todos na Itália: Dom Franceso Biasin, Dom Armando Bucciol, Dom João Carlos Petrini.
Arcebispos e bispos
Do total dos 16 eleitos, nove são bispos e sete arcebispos, um dos quais cardeal.
O número de bispos (nove) superou o de arcebispos (sete), o que dá um caráter mais democrático ao conjunto, mas, ao mesmo tempo, um cardeal, ausente da anterior direção, voltou a ser eleito para a presidência. Na presidência anterior, o grupo estava repartido igualmente entre bispos (sete) e arcebispos (sete), sem nenhum cardeal.
Idade
Houve uma diminuição da idade média, ficando o grupo mais numeroso para os bispos nascidos na década de 1950, metade do conjunto (oito) mais um nascido na década de 1960, seis na década de 1940, e um na década de 1930, em vez de dois da anterior direção.
De modo geral, pode-se dizer que a nova direção tornou-se mais jovem e mais representativa em relação à diversidade regional do país.
Diversidade regional
Seu peso maior deslocou-se para o Nordeste, o Oeste e o Centro-Oeste, ficando estes regionais com 10 dos 16 representantes, embora Minas Gerais com três bispos e outros quatro em distintas regiões do país (MS, MA, SP) dê um pouco o ar da nova identidade da direção da CNBB.
Rio de Janeiro e São Paulo encolheram notavelmente sua representação, pois, de cinco eleitos para a anterior direção, ficaram com apenas um, e este no Estado de São Paulo, com o Rio de Janeiro sem ninguém. O representante de São Paulo é, porém, nascido em Minas Gerais!
* * *
Presidência da CNBB

Presidente Dom Raymundo Damasceno Assis (MG) - Cardeal arcebispo de Aparecida - SP
Vice-presidente Dom José Belisário da Silva – OFM (MG) - Arcebispo de São Luis - MA
Secretário-geral Dom Leonardo Ulrich Steiner OFM (SC) - Bispo prelado de São Félix do Araguaia - MT

Presidentes das Comissões Episcopais de Pastoral

Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada
Dom Pedro Brito Guimarães (PI) - Arcebispo de Palmas - TO
Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial
Dom Sérgio Arthur Braschi (PR) - Bispo de Ponta Grossa - PR
Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação
Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães (MG) - Bispo auxiliar de Belo Horizonte -MG
Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso
Dom Francesco Biasin (Itália) - Bispo de Pesqueira - PE
Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato
Dom Severino Clasen OFM (SC) - Bispo de Araçuaí - MG
Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética
Dom Jacinto Bergmann (RS) - Arcebispo de Pelotas - RS
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
Dom Armando Bucciol (Itália) - Bispo de Livramento de Nossa Senhora - BA
Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé
Dom Sérgio da Rocha (SP) - Arcebispo de Teresina - PI
Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação
Dom Dimas Lara Barbosa (MG) - Arcebispo de Campo Grande - MS
Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Justiça, da Caridade e da Paz
Dom Guilherme Antônio Werlang, MSF (SC) - Bispo de Ipameri - GO
Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família
Dom João Carlos Petrini (Itália) - Bispo de Camaçari – BA
Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, SDB (SP) - Bispo Auxiliar de Campo Grande - MS
Representação da CNBB junto ao CELAM
Delegado: Dom Geraldo Lyrio Rocha (ES) - Arcebispo de Mariana - MG
Suplente: Dom Luiz Demétrio Valentini (RS) - Bispo de Jales - SP
(Por Moisés Sbardelotto)