Padre faz Jejum há 5 dias
Hoje, terça-feira, completam 22 dias que moradores e apoiadores do Bairro Drummond estão acampadas na porta da Prefeitura de Itabira-MG para cobrar das autoridades a solução justa do conflito social que envolve a vida e a dignidade de mais de 300 famílias. (veja as FOTOS do acampamento).
Na semana passada, o Prefeito havia sinalizado que o Município poderia doar um terreno e material de construção para o reassentamento das famílias, porém o processo de negociação somente seria iniciado quando as famílias deixassem o acampamento na porta da Prefeitura. Assim, o Prefeito João Izael, que já fez várias promessas jamais cumpridas, quer que as famílias voltem para casa sem dar qualquer garantia de que a Polícia não irá cumprir a ordem de despejo.
Os moradores divulgaram então NOTA na qual apresentaram a contra proposta de levantar acampamento somente depois que fosse suspensa a ordem de despejo, formada comissão de negociação e firmado Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público, no qual a Prefeitura assegure o direito à moradia das famílias do Bairro Drummond.
Até o momento, não tivemos nenhuma resposta da Prefeitura que busca, de todas as formas, criminalizar nossa luta e jogar a população de Itabira contra os pobres da comunidade Drummond.
Diante do quadro dramático, o Padre José Geraldo decidiu pelo Jejum até que as autoridades tomem providências concretas para contornar a ordem de despejo forçado, com data limite de 31 de julho próximo.
A Comunidade Drummond segue em luta, denunciando para o Brasil e o mundo a violência que está em vias de ocorrer contra as centenas de famílias que vivem há 11 anos em situação de insegurança da posse, construindo seus sonhos sobre uma terra que estava em estado de completo abandono, com milhões de reais de dívidas em impostos, em ofensa direta ao princípio constitucional da função social da propriedade (art. 5º, inc. XXIII).
Contribua com a resistência enviando mensagem de repúdio ao despejo para o Prefeito João Izael (PR), clicando AQUI. Ao final, segue mensagem resumida que pode servir de modelo.
Sugerimos que manifestações de repúdio também sejam encaminhadas aos endereços de email do Governador do Estado de Minas (governadorgab@governo.mg.gov.br) e do Presidente do Tribunal de Justiça (gapre@tjmg.jus.br) com cópia para brigadaspopulares@gmail.com
Pedimos ainda que este Comunicado seja repassado para seus contatos dando publicidade ao drama vivido pelos(as) itabiranos(as) que construíram com tanto sacrifício suas moradias na Comunidade Drummond.
Modelo de mensagem em repúdio ao despejo:
"Informado sobre a iminência de desalojamento forçado (despejo) de cerca de 300 famílias sem teto da comunidade Drummond, na cidade de Itabira, Minas Gerais, Brasil, venho manifestar meu repúdio e indignação diante da grave situação em que se encontram essas famílias. Dita comunidade, que se consolidou há mais de 10 anos, reflete o grave problema habitacional que vive o povo pobre do nosso país. No Bairro Drummond vivem centenas de crianças, mulheres, idosos, pessoas em vulnerabilidade social, vítimas de um conflito social que não pode ser tratado como caso de polícia. Sabe-se que o processo judicial que culminou na ordem de despejo (expedida pelo Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Itabira) é repleto de nulidades. É preciso serenidade, cautela e maturidade política. A legislação brasileira prevê inúmeros instrumentos jurídicos para regularizar casos como esse, a exemplo da desapropriação por interesse social mediante indenização. Recentemente, representante da Secretaria de Programas Urbanos foi à Itabira e disse que o Ministério das Cidades poderia aportar recursos federais para solucionar o impasse. Em tempos de Programa Minha Casa, Minha Vida, seria um absurdo despejar mais de mil pessoas sem qualquer alternativa digna. Esperamos que as autoridades, especialmente o Prefeito de Itabira, Sr. João Izael (PR), e o Governador do Estado, Antônio Augusto Anastasia, tenham a sensatez de dialogar e buscar uma saída negociada. O despejo forçado é ilegal, injusto e imoral. Exigimos que seja buscada uma solução justa para que tamanha violência não se consuma contra os(as) trabalhadores(as) de Itabira-MG".
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