Minha Casa, Minha Luta!
Quando do lançamento do Programa Minha Casa Minha Vida, analisamos o referido e tivemos acesso a opiniões, inclusive de autores do próprio programa. Como esse novo programa, assistimos também afundar, o OPH e o PCS – Programa Crédito “Solitário”.
Realizamos um seminário com o Tema Minha Casa, Minha Luta, por entender que o Programa tratava-se de um estratégia de mercado, onde atenderia os interesses das grandes construtoras.
É fácil de tirar as conclusões: Se grande parte da terra nos grandes centros urbanos estão nas mãos dos especuladores imobiliários e, sendo essa terra supervalorizada, quem acredita que esses empresários vão construir imóveis de 50 a 60 mil reais, sendo que o mesmo programa permite que esses empresários construam imóveis no valor de 100 mil.
O grosso dos sem teto (70%), estão dentro da faixa de 0 a 3, salários mínimos, que se encaixam exatamente dentro desse menor valor. O lamentável que ainda tem lideranças dos sem teto com a mesma linha: reivindicar apenas do poder público, sem passar pela luta, contra os interesses do poder. Não saber fazer essa luta ou não querer fazer é até compreensível, mas o que não podemos admitir que esses mesmos atores façam coro com o poder para criminalizar quem faz a luta. Costumo dizer que a greve está para o trabalhador, assim como as ocupações estão para os sem terra e os sem teto.
A reforma urbana, tão bonita no papel torna letra morta para aqueles que visam tão somente a “casinha para o meu associado”, quase que num gesto de Madre Tereza de Calcutá. Ora, se temos nos grandes centros urbanos, quase o mesmo número de imóveis que não cumprem a função social da terra, em relação ao déficit habitacional e se a própria lei nos faculta recorrer às ocupações, o que querem nossos colegas que continuam acreditando em conto da carochinha.
Sugerimos a todos que leem uma belíssima entrevista da equipe de Caros Amigos, com Raquel Rolnik, professora da FAU-USP, urbanista, militante, estudiosa no assunto da reforma urbana e atual relatora da ONU para direito à moradia – Revista Caros Amigos, nº169, abril de 2011.
Ficar em fila é boi para abate, viva as Ocupações Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy!
Prof. Fábio Santos PUC-MG
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