Mês julho 2010 nº 3
Chegamos ao terceiro mês de edição de nosso informativo, neste número traremos informações de níveis nacionais e municipais sobre o Portal do Movimento Nacional da População de Rua - MNPR e os novos encaminhamentos da coordenação nacional.
Ainda temos informações de nossa pesquisa e as notícias locais, além dos quadros fixos que não poderiam deixar de fazer parte. Chamamos a atenção para a entrevista deste mês, você vai se surpreender.
NOTÍCIAS NACIONAIS
Entre os dias 4 e 6 de junho realizou-se na cidade de São Paulo mais uma fase do projeto de capacitação do MNPR. Como atividades foram realizadas discussões sobre a proposta de realização de um evento multicultural no ano de 2011. A equipe de trabalho junto com o movimento otimizou os recursos destinados a esta atividade e em parceria com o Sindicato dos comerciários realizou também uma capacitação para o Portal do MNPR que já havia sido batizado de falarua.org. Estiveram presentes companheiros de Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e de Brasília.
O movimento realizou reunião durante o evento com o intuito de ratificar decisões tomadas em reuniões anteriores, e ainda traçar o perfil e o papel da nova coordenação que deverá assumir após o término do projeto. Para tanto discutiu a Carta de Princípios e o Regimento Interno, sendo este encaminhado as reuniões de base.
Encaminhou ainda a necessidade de formular um documento sobre a coordenação nacional, papel e responsabilidades dos coordenadores e criação de uma estrutura funcional, além da elaboração das carteirinhas.
NOTÍCIA ESTADUAL
Três das quatro equipes que estão fazendo a pesquisa estadual ficarão ainda por mais 30 dias aproximadamente empenhados na busca por dados sobre a população de rua do estado de MG. Queremos mais uma vez desejar sorte aos nossos companheiros na empreitada assumida com garra e determinação por esta turma. Ainda sobre a pesquisa estadual, as informações recebidas dão conta de que um expressivo número de cidades já recebereu a visita de uma equipe da pesquisa. O boletim informativo está acompanhando passo a passo este importante trabalho e deseja sucesso e boa sorte a todos os envolvidos na pesquisa.
Os moradores da conhecida ocupação da Avenida Antônio Carlos estão mobilizados e com parcerias estabelecidas com vários grupos entre eles as Brigadas Populares e o SAJ da PUC Minas. Eles estão se opondo de varias formas as imposições da Prefeitura de Belo Horizonte. O movimento nacional de população de rua soma nesta luta junto com os demais na busca de garantir direito às dezenas de famílias que vivem naquela localidade.
RUA CULTURAL
Recados da Lua
A noite está fria
A rua está deserta
Meu coração está deserto
A calmaria na rua está evidente
Aí vem um pranto mudo/Um silêncio gritado infla o coração./ Só a lua o escuta
As lágrimas inundam o rosto./A lua desponta por trás da densa nuvem
E sabiamente emite um recado:
Aproveite a calmaria da noite!
Descanse! Amanhã é outro dia!
Mariluxa
ENDEREÇOS DE SERVIÇOS
PARA A POPULAÇÃO DE RUA
Regional Pampulha
Av. Antônio Carlos, 7596. Pampulha
Telefone:
Regional Centro-Sul
Av. Afonso Pena, 941. Centro
Telefone: 3277-4457 / 4502
Regional Nordeste
Av. Cristiano Machado, 555.
ANIVERSARIANTE DO MÊS
PARABÉNS COMPANHEIRO
Osvaldo Pereira
13/06
ENTREVISTA DO MÊS
Nome: Claudenice Rodrigues Lopes
Formação: Assistente Social
Local de trabalho: Pastoral de Rua da Arquidiocese de BH.
Cargo: Educadora Social. Membro da Coordenação colegiada da Pastoral.
Sua opinião sobre a rua: A rua é lugar de passagem, onde as pessoas circulam, se movimentam, mas é também, para centenas de homens e mulheres dos grandes centros urbanos, o único lugar que restou para morar. É um espaço democrático que acolhe as pessoas, sem distinção de raça, cor, sexo, credo ou posição social. A rua é também lugar de encontros e desencontros, onde a contradição se faz presente o tempo todo. A rua que abriga e acolhe é também o lugar de expressão do caos, da poluição sonora, visual, do estresse. É nas ruas que a expressão do modelo econômico capitalista se faz mais presente, com todas as suas contradições: desenvolvimento urbano, altas tecnologias, sistemas de segurança, modelos arquitetônicos, violência, miséria, degradação humana, entre outras tantas situações. É também nessas ruas que encontramos guerreiros e guerreiras de fibra que na luta pela sobrevivência resistem bravamente as durezas da vida na rua. Inventam e reinventam formas de resistir, trabalhar, morar e viver.
O que pensa sobre o movimento: O Movimento da População de Rua é a meu ver, fruto da aposta e incentivo ao protagonismo dos moradores de rua. Hoje é a expressão viva de que a organização, mobilização e articulação do povo é a arma, o meio mais eficaz para transformação da realidade. Acredito que esse é o caminho que possibilita a luta, conquista a efetivação de direitos. Vejo também desafios para os membros do movimento e para quem trabalha com essa população e acredita nessa causa. As mudanças acontecem quando as pessoas começam a se “movimentar”. Para que isso aconteça, entre tantas coisas é fundamental a confiança e a fraternidade que se estabelece consigo mesmo, com o outro e com a luta.
Tem alguma filosofia de vida: Sou católica e há mais de 10 anos vivo a minha fé com o pé fincado nas ruas de BH.
Uma reflexão para a rua: Diz Elizabete: “Vou seguindo na caminhada, espinhos deixo de lado, no fundo eu sou feliz, ainda sou: tenho um teto azulado e as estrelas são meu cobertor. A rua é muito mais que espaço físico é a expressão da resistência, da teimosia, da luta pela vida, do pé na tábua com muita fé em Deus.
CONHECENDO NOSSOS DIREITOS
“TODA PESSOA TEM IGUAL DIREITO DE ACESSO AO SERVIÇO PÚBLICO DE SEU PAÍS.”
ART. XXI-2 DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Apoio
Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte
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