terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pregação de hoje na Vila Sumaré

Palavra Meditada: Ezequiel 37, 1-14.

V.1 A mão do Senhor estava sobre mim, e o Senhor me levou em espírito para fora e me deixou no meio de uma planície repleta de ossos.
A Missão de Cristo e de todo o cristão assim se anuncia: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres, enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar uma ano de graça da parte do Senhor”. Luc 418,19.
O Espírito de Deus sobre nós nos leva para fora de nós mesmos, de nosso egoísmo, de nossa visão fechada e nos faz abrir os olhos e ver a realidade à nossa volta. “Quem é o meu próximo?” Luc 10,29. Pergunta fundamental que devemos responder.
V. 2 Fez-me circular no meio dos ossos em todas as direções. Vi que havia muitíssimos ossos sobre a planície e estavam bem ressequidos.
Essa visão fala dos homens de todos os tempos, distantes de Deus. Sem Ele ninguém é bom, ninguém é forte, ninguém é santo. O homem perde a própria identidade, vive disperso e perdido como os ossos espalhados. Fraco e sem vida como ossos ressequidos. Deus é a fonte da vida, e quem Dele se exclui mata a si mesmo.
V. 3 Ele me perguntou: “Filho do homem, estes ossos poderão reviver?”
Nessa pergunta o Senhor quer provar a qualidade da nossa fé. “E vós quem dizeis que Eu Sou?” Mc 8,29. Quem é Deus para nós?Cremos que Ele tudo pode? Porque ele também nos pergunta :“O que queres que eu te faça?” Mc 10,51.
V.3 b Senhor Deus, és tu que sabes!
A nossa resposta deve ser de fé e confiança em Deus, como a de Pedro: “ Tu sabes tudo, tu sabes que te amo” Jo. 21, 17. E o convite do Senhor será: “Apascenta as minhas ovelhas” Profetiza sobre esses ossos e dize-lhes: Ossos ressequidos, ouvi a Palavra do Senhor!
V. 5 Vou infundir-vos, eu mesmo, um espírito para que revivais.
É o Senhor que cuida de nós, com misericórdia vem ao encontro das nossas necessidades mais profundas: “quem beber da água que eu darei nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna”. Jo 4,14 “Porque eu sou o caminho a verdade e a vida” Jo. 14,6.
V.6 Eu vos darei nervos, farei crescer carne e estenderei por cima a pele.
Podemos pensar que o Senhor primeiro nos dá nervos para que tenhamos sensibilidade, para que tenhamos um “coração”, para ter a capacidade de querer o bem. É isso que nos faz humanos. Depois nos dá carne, para que tenhamos esperança e força. E possamos trabalhar e sermos capazes de mais que sonhar com um mundo novo, construir um mundo novo. E nos dá uma pele, que é a proteção, como diz São Paulo, “o escudo da fé, com o qual podereis apagar todas as flechas incendiadas do inimigo”. Ef. 6,16.

V.6b Então saberei que eu sou o Senhor.
Diz São Jerônimo: A glória, a alegria de Deus é a salvação do homem. Deus quer ser nosso Senhor para nos salvar. “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Joel, 3,5.
V. 9b Vem ó Espírito, dos quatro ventos, soprar sobre estes mortos para que eles possam viver! V. 10 Profetizei conforme me fora ordenado, e o Espírito entrou neles. Eles reviveram e se puseram em pé qual imenso exército.
Peçamos que o Senhor realize agora a efusão do seu Espírito e crie novamente a sua Igreja e o mundo. Recordemos que os apóstolos depois da Ascensão não iniciaram – como talvez teria sido normal – a organizar, a criar a Igreja futura. Esperaram a ação de Deus, esperaram o Espírito Santo. Compreenderam que a Igreja não pode ser feita, que não é o produto da nossa organização: a Igreja deve nascer do Espírito Santo. Como o próprio Senhor foi concebido e nasceu do Espírito Santo, assim também a Igreja deve ser sempre concebida e nascer do Espírito Santo. Só com este ato criativo de Deus podemos entrar na atividade de Deus, na ação divina e colaborar com Ele. Neste sentido, também todo o nosso trabalho é colaborar com o Espírito Santo, com a força de Deus que nos antecede. E devemos sempre implorar de novo para que se cumpra esta iniciativa divina, na qual podemos depois ser colaboradores de Deus e contribuir para que de novo a sua Igreja nasça e cresça. Bento XVI

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