Expectativa é de que o decreto de estado de calamidade pública fosse publicado hoje no Diário Oficial do Município
Da Redação - 25/11/2010 - 19:54
Mauricio de Souza
Cerca de 4 mil residências estão sujeitas a deslizamento e 10 mil a inundações
Belo Horizonte tem 14 mil famílias que moram em áreas de risco. Em entrevista a uma emissora de TV, o prefeito Marcio Lacerda revelou que 4 mil estão sujeitas a deslizamentos e 10 mil a inundações.
A vida destas 4 mil famílias poderá melhorar daqui a dois ou três anos, acredita o prefeito. Segundo ele, a prioridade do programa habitacional da prefeitura é alojar essas pessoas em situação de risco. Já as demais famílias terão que ter paciência, já que obras de infraestrutura são mais caras e demoradas.
Depois da enchente da última terça-feira, que deixou um rastro de destruição nas regiões Norte e Nordeste, o prefeito espera o mapeamento da área afetada para decretar estado de calamidade pública. O prazo é de dez dias.
Nesta quinta-feira (25), a expectativa era de que o decreto fosse publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de sexta-feira (26) para agilizar a assistência às vítimas. Porém, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que a determinação não seria divulgada.
A lista das famílias que receberão ajuda financeira da prefeitura, cujo valor vai varias de R$ 700 a R$ 2 mil, só será feita após o decreto. “Para isso, precisamos delimitar a área, porque não é um estado de emergência genérico, por bairro”, afirmou o prefeito.
Enquanto isso, a PBH auxilia os moradores das regiões Norte e Nordeste, atingidas pela enchente. Já foram cadastradas 532 famílias, que receberam 1.869 colchões, 383 cestas básicas e 1.067 cobertores.
A Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) informou que do dia 1º de julho até quinta-feira, 64 famílias foram removidas das áreas de risco. Oito delas estão em casas alugadas; 19 em casas de parentes; 20 já têm a liberação da Bolsa Moradia; e três estão em abrigos.
Em meados de 2009, o mapeamento da situação de risco geológico das vilas, favelas e conjuntos habitacionais populares constatou que 211 comunidades estavam em situação de deslizamento. O estudo também mostrou que houve redução de 64% no número de edificações de risco alto e muito alto de deslizamento e desabamento, caindo de 10.650 em 2004 para 3.789 em 2009. Desde 2003 não há nenhuma morte registrada.
Mas a enchente de terça-feira fez uma vítima. Edgar Bispo dos Santos, 36 anos, que morava às margens do Córrego do Onça, no Bairro Ouro Minas, morreu afogado após avisar os vizinhos que o rio estava subindo. Ele voltou para casa e foi arrastado pelas águas. Para solucionar o problema deste e outros 81 pontos sujeitos a alagamentos seria necessário aporte de R$ 5 bilhões. Até agora, o prefeito disse ter investido R$ 40 milhões em obras que estão em fase de conclusão.
O mesmo volume de recursos está assegurado para obras que serão iniciadas. Há ainda obras do Governo do Estado em Contagem ,com aporte de R$ 300 milhões.
E as chuvas não vão dar trégua até o final de semana. Segundo o meteorologista do 5º Distrito de Meteorologia, Claudemir de Azevedo, na sexta-feira o tempo deve ficar nublado, com pancadas de chuva na Zonasda Mata, Leste mineiro, Vale do Jequitinhonha e Sul. Nas demais regiões, céu nublado com chuva à tarde. No final de semana, a tendência é de tempo parcialmente nublado em todo o Estado, com chuvas isoladas.
Nesta quinta-feira, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec) emitiu um alerta para a Zona da Mata mineira. Na sexta-feira, há possibilidade de ocorrer chuva na região com intensidade de 30 milímetros. Segundo a Cedec, há risco de deslizamentos. Desde outubro, nove cidades decretaram situação de emergência. No Estado, 1.012 pessoas estão desalojadas, 104 desabrigadas, dez ficaram feridas e uma morreu.
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