Pedro Rocha Franco -
Publicação: 24/11/2010 06:23 Atualização: 24/11/2010 08:21
Muita gente passou o dia contabilizando os prejuízos
Falha de avaliação do risco da chuva pode ter sido uma das causas dos
transtornos para moradores de três regiões da capital. Embora soubesse da
possibilidade de um temporal, a Prefeitura de Belo Horizonte teria decidido não
causar pânico à população e nada comunicou aos moradores até o começo da chuva.
Segundo meteorologistas, a PBH foi informada na manhã de segunda-feira sobre a
previsão de uma tempestade.
Confira as imagens da enchente na Av. Cristiano Machado
A indicação dos especialistas era de uma chuva de 80 milímetros por metro
cúbico, o equivalente a mais de um terço do previsto para o mês. Em vez de tomar
providências imediatas, a prefeitura teria preferido aguardar. “Seria impossível
não haver inundação”, afirma o secretário regional da Pampulha, Osmando Pereira.
“Foi o maior volume de água registrado na capital desde 1912”, acrescenta
Veja as fotos de pontos de alagamento em BH
Saiba mais...Prefeito de BH afirma que Bacia do Onça é nova prioridade Moradores
fazem manifestação depois de alagamentos na Avenida Cristiano Machado Comandante
do Corpo de Bombeiros diz que em casos de chuvas fortes efetivo será dobrado
Horas depois da temporal, ele representou a prefeitura numa reunião com órgãos
estaduais para a formação de um grupo de emergência e estudo de soluções para o
problema das chuvas. Uma das propostas apresentadas pelo Corpo de Bombeiros é de
se baixar em 40 centímetros o nível de água da Lagoa da Pampulha, para que, em
dias de chuva, a bacia possa servir para detenção do excesso acumulado.
“A proposta é de que a lagoa receba as águas do fim de ano, em vez de elas irem
direto para os córregos”, afirma o capitão Frederico Pascoal. Assim, seria
viável controlar a vazão sem a possibilidade de inundações.. Anos atrás, a
prefeitura decidiu diminuir em 70 centímetros o nível da bacia para evitar
transbordamento na lagoa. Técnicos da prefeitura devem avaliar a viabilidade da
nova proposta.
Os únicos avisados sobre os riscos de uma precipitação de grandes proporções
foram alguns líderes de vilas e favelas. Segundo a representante da Companhia
Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Isabel Volponi, o MG Tempo/PUC Minas
comunicou a possibilidade de chuva de até 80 milímetros às 16h de segunda-feira
e, a partir daí, os voluntários começaram a ser avisados, por e-mail e telefone.
O centro de climatologia emitiu avisos sobre chuvas de risco também durante o
fim de semana. “Mas é uma chuva atípica, que foge da exatidão”, afirma Isabel
Volponi. O secretário da regional Pampulha, Osmando Pereira, explicou que o
alerta não foi dado para não causar pânico à população.
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